Arquitetando
Na casa do arquiteto
Nasceram os ramos
Cresceram as rosas
Floresceram os versos
No mármore nobre
Entalharam as letras
Moldaram as palavras
Construíram os poetas
Éden
Na minha casa há um jardim
Onde a palavra não peca
Lavra, lapida, disseca
Trabalha assim o poeta
Na árvore central das serpentes
O fruto proibido é liberado
Em todos seus rios vertentes
Embebeda-se o poeta laborado
Casa das Rosas
Nos corredores desse templo
Vivem os imortais
Poetas que o tempo
Não apaga mais
E nós, meros mortais
Sonhamos com o dia
Em que a nossa poesia
Ultrapasse os seus umbrais
Dia 18/07 lançarei meu primeiro livro de poesias: Poemas Errados (dias intranqüilos) http://poemaserrados.blogspot.com
Será na Biblioteca de São Paulo. Já agende esse dia, você está convidado!
Ao sul
Do seu
Seio (macio)
O sol
Nasce
A cio
Sem ser
Seu
Norte
Soul
(só) Vazio
Somos um
Somos som
Somos rio
No leito
Sol a sol
Somos soul
Sol a cio
Não sei o quanto
De mim
É meu
Não sei o quanto
De mim
Sou eu
Mas sei que o
Animal
Que há em mim
Tenta
Ser
Algo (enfim)
Assim sendo
Sigo
Além de mim
E me torno
O que eu estiver
Afim
Com toques íntimos e
Beijos em lugares
Hediondos
Enganamos os anjos
Mudamos os valores
E estupramos a Moral
No tribunal dos puros
Pela (in)justiça dos olhares
Fomos condenados
A prisão
Perpétua
Algemados
Pagaremos à pena
Trancafiados
Gozando
Nosso mundo
Puxo pela crina
A égua relincha tremula
Em seu lombo
Dito o ritmo
Frenético libido
Pelas horas cavalgamos...
Assim ela
Faz
Eu cavaleiro
Chora a chama
O fogo
Que não arde mais
Em mim
Chora a chuva
O sossego
Que não há mais
Em mim
Chora a alma
A chuva e chama
E clama
Tentando adiar
Meu fim
Com o prazer
Morto
Velado choramos
Abraçados
Pelo leite
Derramado
Quero
Apenas
Não querer
Nada
Além
Do que quero
A puta que pariu
O filho da puta
Era mãe solteira
Neta de avó solteira
E filha de terra solteira
Nesse puta país
Sem pais
Os filhos que brotam
Nascem órfãos
Pela própria natureza
Eu, plebeu pagão
Fiz ceia farta
No seio farto
E profano
Da virgem
Nesse anjo a
Auréola
É rosada
Dura e
Macia
Na minha língua
Sobra o sal
Do suor
Da santa
Só
Sinto-me
Protegido
No colo
Do útero
Divino
A maçã foi
Mordida
Pelo desejo
De Branca
Minha neve espirra
Branca
Sobre a pele
Branca
De Branca
Agora, de neve
Nosso pecado
Alvo
Se completa
Nas maçãs de Branca
Cheias de minha neve
Quente
Tadinho do pintinho
Vinha ciscando o chãozinho
Arrastando os pezinhos
Bicando as migalhinhas
Distraído, caiu num buraquinho
Escuro e apertadinho
Botava a cabeça para fora
Escorregava para o fundo
Botava a cabeça para fora
Escorregava denovo
Botava a cabeça para fora
Escorregava...
Assim, ficou suado
O que o favoreceu
Pois o barro amoleceu
Ele saiu (todo melado)
Cansado
Caiu de lado
Descansou deitado
Depois, renovado
Pensou “foi bom esse buraco
Me deixou forte, animado!”
E ele agradece o que aconteceu
Porque depois dessa experiência
Com imponência
O pinto cresceu!
Minha diferença
É Diferente
Das outras
Diferenças
Indiferente
Na massa diversa
Só enxergo
O igual
E junto
Ao semelhante
Ignoro as diferenças
E tento fazer a
Vida
Sem igual
Mamãe todos os dias
Vem e me oferece as tetas
Para meu deleite alimentar
Depois vai ao pasto
Bimbalhando
Sua sina
Papai, boi forte (e castrado)
Na ordem do dia
Gira as engrenagens
Moendo em círculos
Espremendo o doce
Que nossos lábios nunca tocarão
Eu, ainda bezerro
Junto aos novilhos
Aprendo o mugido
E espero o dia
De ser abatido
Mendigando
Sujo e caduco
Segue andando
Com muito pouco
O vagabundo
Na praça, debaixo do banco
Vigiado pelo herói de bronze
Dorme tranqüilo o saltimbanco
Por horas: nove, dez, onze...
E eu, passando admirado
Vejo-o ali, jogado
E recordo que não me lembro mais
Quando dentro do meu sobrado
Dormi com tanta paz
Cosmos
5761
2010
Séculos
Cometas
Ano bissexto
12 Meses
Translação
Alinhamentos
4 estações
Rotação
54 semanas
Ciclos
7 dias
Cronos
24hs
60mim.
60seg.
Verbos
Dia
Noite
Nem Juliano nem Gregório
Com fuso ou sem fuso
O tempo é o mesmo
Parafuso
Igual para todos
A Companhia de Jesus
Educou os índios
Catequizou o Pajé
Cravou a cruz no
Novo mundo
Em companhia de Jesus
Os poucos índios
Hoje
Lêem
Sua história em páginas brancas
E rezam
Para que sua cultura
Não seja
Esquecida
Toda língua
Muda