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“Um dia a fome será de poesia”
sonham os otimistas em seus cantos
Hoje a fome é a da barriga vazia
o que nos enche de desencanto
Quem sabe quando a sede de justiça
secar de vez nossas gargantas
cobrarmos esse bando de pilantras
pelas ruas, de forma maciça
alguma coisa aconteça…
Mas isso é outro sonho, outra
fantasia. Quem sabe um dia
a gente acorde esse gigante
deitado eternamente em berço esplêndido
Uma mero ânus tatuado
para descer até o chão
Uma lei que ninguém conhece a fundo
para incendiar a discussão
Um cowboy alienado que caiu do cavalo
e melou o “esquemão”
Agora todos sabem que o caipira
mama nas tetas do erário
na verba de saúde e educação
Falta agora a Justiça fazer força
mandar esfíncter a fora essa sujeira
laçar a quadrilha, botar na fogueira
antes da próxima farra de São João
Qual será o primeiro idioma que aprendemos a falar? Bem, se a primeira palavra que grunhimos quando criança for “gugu-dádá”, então não falamos nenhum. A não ser que “gugu-dádá” seja uma palavra originária de algum país por ai. Caso a primeira palavra seja “papai” ou “mamãe”, já começamos proferindo o bom e velho português. Mas se você foi uma criança dessas que não saia da frente da TV, a chance de ter começado já falando alguma palavra estrangeira, tipo Mc Donald’s, Volkswagen..., é muito grande, já que somos bombardeados pelos mais variados veículos de comunicação com palavras provindas de todo o mundo. Isso pode ser um reflexo de nossa origem, um povo multi-étnico, um catadão do mundo inteiro ao qual deram o nome de Brasil... Ou não, simplesmente aceitamos essa invasão léxica na boa.
Quando ingressamos na vida colegial, a proximidade com outro idioma aumenta, por que as aulas de língua inglesa fazem parte da grade curricular de qualquer escola de segundo grau brasileira. Apesar de estarmos cercados de países que falam Espanhol, a distância cultural se mantém gigante, e o máximo que aprendemos do idioma de nossos hermanos é através das letras de músicas de artistas como Menudo, Julio Iglesisas, Rick Martin... Que merda né! Para piorar ainda mais tem alguns artistas latinos, tipo Cristina Aguilera, Shakira, que colaboram para aumentar a hegemonia da língua inglesa (americana, pois na verdade ninguém quer ser inglês). Ah! Já ia me esquecendo de colocar a banda tupiniquim Sepultura nessa lista dos colaboradores.
Hoje, neste nosso mundo globalizado, muitas empresas exigem de seus candidatos, no mínimo, que o indivíduo fale, nem que seja de forma intermediária (um pouquinho mais que meia-boca), a língua inglesa. Vi um caso uma vez de uma empresa que perguntava para o candidato se ele também sabia gírias em inglês... Acho que o indivíduo que formulou essa pergunta nunca ouviu falar em regionalidade, ou pensa que as gírias são comuns em qualquer parte do país.
Com as multinacionais se instalando por aqui, a procura por pessoas que falem outra língua, além do manjado Inglês, é muito grande. Cursos de Mandarim, Francês, Alemão, Italiano, Russo, e sei lá mais o que, pipocam por toda parte. E pessoas em busca deles aumentam de forma proporcional. Legal isto, ver que o pião-de-luxo demonstra interesse em melhorar seu currículo afim de arrumar uma boquinha numa multinacional. Mas e o português, nossa língua pátria, como fica? O interesse em aprender o próprio idioma é minúsculo, chega a ser ridículo o número de pessoas a procura por um curso de português. Fica com o que aprendeu no colégio e já era. E isso é um problema grave, porque reflete direto na vida profissional. Algumas empresas chegam a contratar consultorias para fazer reciclagem no “portuga” de seus funcionários, pois a escrita errada prejudica muito a comunicação interna. Entender um simples e-mail mal redigido está se tornado uma dura tarefa.
Queixas de candidatos que apresentam um currículo impecável e na hora de fazer uma entrevista deslizam na linguagem e escrita são muito freqüentes. Universitários formados, e até pós-graduados, também têm grandes dificuldades em se comunicar de maneira correta.
O interessante (cômico se não fosse trágico) de tudo isso é que hoje a maioria dessas pessoas (candidatos, universitários, pós-graduados...) tem em seu currículo algum curso de língua estrangeira. Alguns até com mais de um. O pior disso é que, além do português limitado, também não falam de maneira correta o outro idioma que dizem que falam.
O Brasil está se tornando uma nação de poliglotas semi-alfabetizados. Terrível.
Vidas Secas (1938)
Autor: Graciliano Ramos (1892 - 1953)
Na mesa nua, pratos com o mínimo de alimento; sem gosto.
O papagaio, estimado bicho, agora mudo, completa o sugo; almoço.
Na boca, seca poeira, sente-se pouco, ou único gosto; desgosto.
Ao pé o cão, magro, feio, sarnento, ruía um teco de osso.
O trabalho, na roça, chão rachado, tempos sem água; penoso.
O soldado, que representa o governo, desrespeitoso, num “zip” de lâmina lhe arranco as tripas, mas não vale esforço.
O caminho, longo, só seixos; tortuoso.
Assim é a vida em Vidas Secas.
02/02/09
Para ler
Mais um dia dos namorados. Tinha tudo para ser um dia normal, ou, pelo menos, somente com a violência rotineira de sempre. É, ela hoje faz parte do cotidiano, infelizmente. Bem, tudo normal, menos para quem pegou, no dia doze de junho de 2000, o ônibus 174 (Central – Gávea) no Rio de Janeiro. Em frente ao Parque Laje, no tão famoso bairro do Jardim Botânico, Sandro Barbosa do Nascimento, ex-menino de rua (ex porque ele cresceu e virou jovem de rua, e não porque sua condição havia mudado) rendeu o ônibus, e o que era para ser “somente” um assalto, virou o famoso caso do Ônibus 174. Foram quatro horas de terror para os reféns, que ficaram na mira de Sandro, e quatro horas de um “Show de horrores”, regado com muito ibope, transmitido ao vivo em rede nacional. O caso acabou de forma mais que trágica. Duas mortes: uma professora, morta pela, mais que nítida, despreparada polícia. E Sandro, um jovem (ou melhor, mais um jovem) brasileiro miserável, morto pelo mesmo assassino: o despreparo, o descaso. Sandro: assaltante do ônibus, mas sem roubar nada; roubado. Assassino sem morte; morto.
No documentário, José Padilha disseca a vida de Sandro, desde sua infância, marcada pelo assassinato da mãe, as prisões por roubo, a chacina da Candelária, familiares, até o seu conturbado último dia. Fica nítido como a violência cresce de forma espiral, um círculo vicioso sem interrupção. O caso ficou muito marcado também pelo despreparo da polícia, que não tomou nenhuma atitude, conforme seus manuais, e pela omissão das autoridades políticas, que não queriam que um atirador explodisse a cabeça do assaltante diante das câmeras. Erraram. O fim foi bem pior. O interesse político reinou mais uma vez. Ninguém quer que sua gestão fique manchada com sangue, produzido por um disparo da polícia, espirrado da cabeça de um marginal. E tudo transmitido via satélite. Isso explica os depoimentos indignados dos policiais, já que treinam muito, mas na hora em que a teoria tem que ser aplicada, a omissão dos superiores os impedem. Dinheiro público gasto para nada. Talvez isso tenha inspirado o diretor a fazer o filme Tropa de Elite (2007).
Para quem quer reconstituir alguma história, assistir ao Ônibus 174 é fundamental. José Padilha, com olhar apurado, mostra como nasce, cresce e morre a violência, ajudada pelo despreparo policial e a negligência das autoridades políticas.
Assista: Ônibus 174 (Brasil, 2002) – Direção de José Padilha.
Garoto com talento, que mantém garoto com talento, que mantém garoto com talento, que mant...
Não tenho muito o que falar, acho que a imagem já diz muito.
Nova tentativa...