Quarta-feira, 20 de Julho de 2022
O desgoverno do boçal
decaiu
Sua caixa de pandora
nada econômica
se abriu
Tudo quanto é desgraça
de lá saiu
e como é imenso
o seu covil
Só o fanático cego
que não viu
Está chegando o momento
de mudar o Brasil
e mandar essa tropa trupe
para a puta que os pariu!
O desgoverno do boçal
uma bela duma desgraça
subiu ao planalto pela rampa
vai descer pela descarga
É tanta bosta
que a tudo enlameia
vai transbordar a fossa
e ir parar na cadeia
“Um dia a fome será de poesia”
sonham os otimistas em seus cantos
Hoje a fome é a da barriga vazia
o que nos enche de desencanto
Quem sabe quando a sede de justiça
secar de vez nossas gargantas
cobrarmos esse bando de pilantras
pelas ruas, de forma maciça
alguma coisa aconteça…
Mas isso é outro sonho, outra
fantasia. Quem sabe um dia
a gente acorde esse gigante
deitado eternamente em berço esplêndido
Quarta-feira, 8 de Junho de 2022
Uma mero ânus tatuado
para descer até o chão
Uma lei que ninguém conhece a fundo
para incendiar a discussão
Um cowboy alienado que caiu do cavalo
e melou o “esquemão”
Agora todos sabem que o caipira
mama nas tetas do erário
na verba de saúde e educação
Falta agora a Justiça fazer força
mandar esfíncter a fora essa sujeira
laçar a quadrilha, botar na fogueira
antes da próxima farra de São João
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Sexta-feira, 20 de Maio de 2022
A pandemia trará consciência
às pessoas, uma novas atitude
disseram os otimistas
apesar da humana insipiência
O pensamento positivo ilude:
nem acabou a pestilência
e o “novo normal”, pura fantasia
voltou a ser a velha mania
Muita coisa retrocedeu, é vero
voltamos para a estaca zero!
De certo nessa confusão
é que a maioria lavou as mãos
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Minha fé é do tamanho
da pepita que desenterra
e quanto mais dessa terra jorre
mais ao céu se sobe a torre
Chamem arquitetos, escultores
para edificar do barro o barroco
teremos muitos santos do pau oco
pecados a expiar dos pecadores
Traga a mão obra que for preciso
arrastem as correntes por mar a fora
ao luso rei o quinto indenizo
aos escravizados a palmatória
Sexta-feira, 6 de Maio de 2022
A vida dos mortos
conduz a dos vivos
entre sangue e ossos
no dobrar dos sinos
A história presente
perpetua o passado
pedra e corrente
por todos os lados
Do ouro derramado
sobrou a mínima parte
Entre a beleza e a arte
o sofrimento dos escravizados
Sexta-feira, 22 de Abril de 2022
A "boca de lobo" a peso de ouro
o velho herói de bronze da praça
a placa do defunto, um tesouro
tudo pode virar fumaça
Fumaça que já foi da indústria
da locomotiva que puxa o país
mas hoje sua força motriz
é sugada por muitos picaretas
corruptos, tantos homens vis
E como novo símbolo pavlista
temos a ágora do vício
São Paulo queima no cachimbo
e seus ares que exalavam benesses
agora cheiram a lixo, fuligem e fezes
Sexta-feira, 15 de Abril de 2022
A tropa toda em forma
em punho, o fuzil
"aprontar, preparar...
fogo amigo!"
gira o espeto no brasio
Enquanto o povo sucumbe de desnutrição
a armada força se empanturra
Já não basta pagarmos pela farra
agora bancamos também a ereção
A vergonha não veste camuflado
e o povo não demonstra indignação
os militares já mostraram seu lado
falta ao povo entender que é Nação
Para elevar o moral da tropa
diminuir a solidão do mar
elevar a cadência aos céus
um “azulzinho” para excitar
E depois da churrascada
prótese a quem estiver sem fuzil
é hora do fogo amigo
broxa aqui é para pintar meio-fio
Um “viva” às Forças Mamadas
patriotas assim nunca se viu
embuste que esconde a mamata
farra armada, Brasil!
Vejo aptidão e coragem
para cumprir a missão
mas são apenas sombras
que não refletem retidão
Frente ao fogo da churrasqueira
se lambuza o pelotão
picanha, salmão, cerveja
suja a farda de carvão
A fome só cresce no país
parte do povo está sem abrigo
com uma força armada dessa
quem precisa de inimigo?
Sábado, 12 de Março de 2022
heróis e assassinos
assassinos heróis
aproveitadores imundos
a ordem dos tanques
destrói o produto
o trauma não sai da carne
a dor tende a ser extrema
e a poesia na guerra
é ilusão de cinema
o resto é história…
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a bravura dos que combatem
a dor de quem se desterra
desânimo, valentia
há quem acerta
há quem erra
só não há
poesia
na guerra
!
!
!
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Segunda-feira, 21 de Fevereiro de 2022
Parabéns aos franceses
mudaram o regime e a lei
resolveram a pendenga
cortaram a cabeça do rei
A república aqui foi proclamada
há duzentos anos atrás
mas pelo visto, só de fachada
a plebe continua onerada
Séculos depois, soterrados
os petropolitanos ainda pagam
o luxo da praga divina
que falta faz uma guilhotina…
Avante camarada
pela foice e o martelo
preste sua continência
aos heróis vermelhos
Você é só um reacionário
mero cabeça de prego
um velhaco, oportunista
vai congelar em nosso inverno
Volta à sua pátria armada
de mamatas e flagelos
e conduza sua boiada
a morrer pelo cutelo
Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2022
Um peixe fora d’água
que nada na contramão
Tamanha é sua gula
se entupiu de camarão
Nem mastiga direito, a mula
engole com sofreguidão
e nessa lama ainda tem lula
pra completar a indigestão
Mandrião, nada, nada
para morrer na praia
corrupto em imersão
Terça-feira, 4 de Janeiro de 2022
No seio da miséria
a fome só cresce
Na fila da ceia
a fila da fome só cresce
e quem cresce com fome
cresce como?
Como menino Jesus
com data marcada para morrer
a fome de justiça
aguça a sede de vingança
como nenhuma
se alcança
quem agoniza é a esperança
de barriga vazia
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Quinta-feira, 9 de Dezembro de 2021
No capitalismo selvagem
o bode expiatório do Estado
serviu de desculpa ao touro
que com o rabo entre as pernas
saiu de mansinho, evitando latidos
Quem acabou latindo foi o gado
que cego de febre, não viu
comprou gato por lebre
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Terça-feira, 23 de Novembro de 2021
No centro da fome
e do desemprego
o touro dourado
não puxa arado
Esse fica pro povo
que atordoado
enriquece o toureiro
por um mero trocado
E os emolumentos
enchem a bolsa dos donos
e os sorrisos dos tolos
que do touro de ouro
só lhe sobram os excrementos