Essa outra escrevi quando completou 80 anos
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Eduardo A. Castanheira "Bquick" - Artista plástico brasileiro que atualmente circula pelo continente europeu.
O Museu da Pessoa foi fundado em 1991 com o intuito de construir uma rede internacional de histórias de vida capaz de contribuir para a mudança social. Esse museu é virtual e você também pode participar contando uma história de vida sua.
Algumas minhas foram publicadas, clique aqui e lei-as.
"nós somos muito mais o que os outros acham que somos, do que aquilo que pensamos ser"
Dizem que a vida imita a arte... ou é a arte que imita a vida? Dizem... Ou será que vida e arte são coisas que se completam, contemplam-se e fundem-se, paralelas que passam a infinidade se cruzando, imitando-se? Vida, arte e teatro: sinônimos, não legalizados pela burocrática língua.
Acordo Eu, levanto filho, embarco passageiro, caminho transeunte, atravesso na faixa, sigo colaborador, atento estudante, pai, amigo, irmão, namorado, ator social que protagoniza e coadjuva ao mesmo tempo diversos papéis ao lado duma infinidade de outros. Genuflexório mudo atento me faz cristão. No carnaval, desfilando entre outros tantos outros, sou pierrô pagão. Tributo pago no balcão, duplicata em caixa, sou cidadão. Jungnianas personas que eclodem em meio a pensativos monólogos shakespearianos, sou pessoa, sou-me. Frente ao machadiano espelho, só, sou ninguém. Nada. Meu teatro é a vida encenada sem ensaio, sem roteiro, sem frases prontas e, pior, sem deixas, sem saber a hora certa de entrar em cena. Subjetivado réu, frente à platéia social, sou muitos, entre culpado e inocente.
O teatro é o oxigênio. É o oxigênio contido na água. É o oxigênio contido na água contida no aquário. É o oxigênio contido na água contida no aquário onde vive o peixe, que é dourado. É o oxigênio da água que mantém o dourado peixe vivo. O peixe vivo que vive no seu aquário-palco uma representação de ser: ser peixe dourado de estimação. O estimado peixe-ator, que desfila dourado em seu palco-aquário, repleto de pedrinhas coloridas e outros objetos de cena, representando para outro ser, enche de alegria e sentido a tola existência tediosa cotidiana de seu dono-platéia. Cercado de água contida de oxigênio-teatro, respira, alimenta-se, vive e representa o peixe-ator, dando sentido a feliz razão de ser ao seu dono-platéia, contemplando-o, com a arte de ser dourado.
O teatro é a mentira ensaiada. É a mentira que não fere. É a mentira gostosa de se ver e viver. E viver uma mentira que se gosta é viver uma verdade. O teatro é a verdade, que não passa de uma mentira ensaiada. Mentira que não fere. Que é gostosa de se ver e viver, porque ver e viver a verdade é bom, faz bem.
O teatro-vida é complicado. O choro sem ensaio dói. É um choro que punge verdadeiro, e que às vezes torcemos para que essa verdade seja uma mentira ensaiada. A mentira sem ensaio dói, fere. No teatro-vida, os aplausos são minguados, há mais apupos que tudo, decorrentes de sentimentos esmigalhados e poluídos no dia-a-dia pela ausência de amor... e ausência essa que, na maioria das vezes, erroneamente, é preenchida de matéria. As vezes é preciso deixar o teatro-vida de lado, descer do palco-mundo, despir-se do ator social que somos e sentar-se junto a platéia do teatro-arte, deixar o sonho fluir com a mentira ensaiada, cheia de calorosa verdade verdadeira, que transforma o choro-verdade que fere, em riso alegre que acolhe, meio a real sensação coletiva de felicidade. Na platéia do teatro-arte todos atuam com o papel de olhar e sentir. E eu, ator social destituído, quando desço do palco-mundo para ver atento o teatro-arte, que não só imita a vida, mas vai além dela, sinto uma alegria transcendente, que transborda o ser, e torço para que meu teatro-vida caminhe no mesmo sentido verdadeiro da representação que não fere. Vivendo esse coletivo momento feliz, farei de tudo para que no decorrer da minha peça, atuada no palco-mundo do teatro-vida, conquiste o doce beijo molhado infinito da suave e aveludada feminina boca desejada. E após o ato final, ao fecharem-se as cortinas e as luzes se acenderem, e ascenderem-me, eu receba e sinta os calorosos, acolhedores e recompensadores aplausos da platéia.
Texto publicado no blog Teatraria e no site do Itaú Cultural.
Segundo Walter Benjamin (1892-1940), pensador da escola de Frankfurt, o processo de industrialização da cultura, desencadeado pelo advento da revolução industrial, possibilitou que a arte, antes em poder de meia dúzia de autocratas contempladores do ócio, passasse por um processo de democratização. O que antes era único passou a ser reproduzido em série, possibilitando que diversas pessoas de classes sociais diferentes tivessem acesso as mais diversas formas de arte. Benjamin cita a fotografia como exemplo. Partindo de um único negativo, a foto pode ser diversas vezes reproduzida. Mesmo contestadas, pois mesmo a arte sendo reproduzida, a peça original não perderia sua característica de peça única, suas teorias foram fundamentais para um novo conceito que surgia, o conceito de indústria cultural.
Numa brincadeira entre amigos surgiu um dos conceitos que abalaria a concepção de obra de arte: o Ready Made. O artista plástico Marcel Duchamp (1887-1968) passou a incorporar elementos do dia-a-dia em suas obras, transportando objetos industrializados, não concebidos antes como arte, descontextualizando-os assim, e expondo-os como obras já prontas, sem aplicar sobre esses objetos nenhuma técnica artística. A mais famosa dentre elas é A Fonte, que é simplesmente um urinol branco e esmaltado comprado numa loja de materiais para construção. Correntes artísticas posteriores, como Dadaísmo, foram fortemente influenciadas por esse conceito.
Na metade do século XX, surge nos EUA e Inglaterra um outro movimento que modificaria a forma de se pensar a arte, surge então a Pop Art. Alguns artistas, entre eles Andy Warhol (1928-87), passaram a estudar símbolos e produtos das propagandas, principalmente os produtos americanos, e passaram a utilizá-los como temas de suas obras. Em cores vibrantes e berrantes, imagens de objetos, produtos ou ícones da cultura popular ocidental de massa, eram reproduzidas em tamanhos consideravelmente grandes, transformando o real em hiper-real. Utilizando dessas imagens ultra-pop, a Pop Art aproximou as artes da massa, transformando o que, antes era brega e considerado de mau gosto, em algo refinado.
Em 1987 os irmãos Thomas e John Knoll começaram a desenvolver um dos softwares mais utilizados no mundo para o tratamento e edição de imagens, o Photoshop, que teve sua primeira versão lançada pela Adobe Systems no início da década de 90. Dentre todas as ferramentas que esse aplicativo tem para oferecer, uma que se destaca é a Filter. Com ela é possível aplicar técnicas de pintura sobre qualquer imagem. Afrescos, mosaicos, pinturas a óleo, vitrais, etc., são produzidos sem esforço algum e, melhor ainda, podem ser facilmente mesclados criando assim uma “nova” técnica.
A tecnologia possibilitou uma democratização de algumas técnicas artísticas, e, graças a isso, eu inauguro aqui, incentivado pela minha amiga pretensão, que é quem me faz produzir este, a corrente artística Photo Art Barata.
O nome dessa nova corrente se deu desta maneira: Photo = nome do aplicativo que possibilita a criação desse tipo de arte; Art = palavra da lingua inglesa que significa Arte; Barata = de baixo preço. Com um custo baixíssimo você pode produzir um afresco, imprimi-lo num papel da boa qualidade, emoldura-lo e vende-lo!
Com apenas um clique, as grandes técnicas da arte estão agora a sua disposição.
Assim como eu, seja você também um Photo Artista Barato.
Segue abaixo algumas obras de minha autoria, e que inauguram a primeira galeria (virtual) da Photo Art Barata:
Frequentando-se
Mosaico Du Quem?
Stage The Hell
A mais paulista avenida: construida por migrantes, comandada por imigrantes.
Trash Food Army
O Elixir
Mata Boi
Posto Nº5
AllBlack Nite
Fly By Night
Body Doll
TatooDuBeem
Downloads:
Livro:Walter Benjamin - A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
Obras:
Estes são alguns painéis espalhados pelo centro da cidade de São Paulo. Fiz este post pelo seguinte motivo: é muito difícil encontrar informações na internet sobre esse tipo de arte. Inclusive se você procurar por "painel" aparece milhares de tipos de painéis, menos estes. Se confunde muito painel com mural, mural com mosaico... Bem, abaixo tem alguns painéis, mas não tenho todas as informações sobre eles, então, se alguém tiver mais informações, por favor, deixe no comentário.
Obra de: Tomie Ohtake
Local: Av. Xavier de Toledo, 161 - Edifício Santa Mônica - Estação Anhangabaú do Metrô.
Local: Rua Líbero Badaró, 646 (Lgo. São Bento) - Edifício Galeria e Condomínio São Bento.
Local: Av. Cásper Líbero, 115 - Shelton Inn Hotel.
Local: Av. Líbero Badaró, 613 - Edifício Santa Lucia.
Isso um dia foi um painel. Dei até um título a essa obra: Capitalismo Vs. Arte.
Local: Av. Líbero Badaró, 477 - Agência do Banco Itaú.
Esta é uma de minhas aventuras como fotógrafo. Este trabalho foi realizado no segundo semestre de 2007, para as aulas de fotográfia publicitária. Para quem nunca havia utilizado uma máquina fotográfica profissional antes, até que ficou bom!
Tema: Melindrosa
Modelos: Eva Hilanna e Bruno Cordeiro
Fotógrafo: André Al
Produtores: Aline Pellegrini, André Al, Bruna Rafael, Bruno Cordeiro, Diogenes, Eliana Rodrigues, Eva Hilanna e Janaina Pangella.
Supervisão: Profª Juliana
Estas duas não foram aproveitadas
Equipe responsável pelo trabalho:
Diogenes, Aline, Bruno, Jana, Eli, Eva, Bruna e André.
A última ceia - Leonardo Da Vinci
Andy Warhol - Pop Art
A Fonte - Marcel Duchamp
O Pensador - Auguste Rodin
Não consegui a referência dessa foto, nem da obra. Só sei que ela fica num porto...