As estrelas sobre o ombro
não nos servem de nada
Atrás de sua imensa mesa
é só mais um burocrata
Nunca combateu em guerra
nem foi em missão de paz
As medalhas que carrega
não representam nada demais
Os generais em seus pijamas
uma tropa de sanguessugas
se esbaldam no dinheiro do povo
que é quem trabalha e não foge à luta
Cambaleante alvejado
Mais a frente cai o soldado
Ofegante, ensangüentado
Vendo a morte ao seu lado
Pensando, encurralado
“Só tenho a Deus como aliado”
O pobre rapaz, agoniado
Findou ali, deitado
Seu corpo, nunca encontrado
Deve ter sido amontoado
Junto com outros, e queimado
Ou apodreceu jogado
Seu enterro aconteceu
Mesmo sem o corpo teu
Honrarias, salvas, apogeu
Para o bravo que combateu
Depois o dia alvoreceu
E a história assim se deu
Do garoto que à guerra compareceu
E nunca soube por que morreu...
Só sua mãe não o esqueceu.