Sábado, 12 de Março de 2022
a bravura dos que combatem
a dor de quem se desterra
desânimo, valentia
há quem acerta
há quem erra
só não há
poesia
na guerra
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Segunda-feira, 21 de Fevereiro de 2022
Parabéns aos franceses
mudaram o regime e a lei
resolveram a pendenga
cortaram a cabeça do rei
A república aqui foi proclamada
há duzentos anos atrás
mas pelo visto, só de fachada
a plebe continua onerada
Séculos depois, soterrados
os petropolitanos ainda pagam
o luxo da praga divina
que falta faz uma guilhotina…
Avante camarada
pela foice e o martelo
preste sua continência
aos heróis vermelhos
Você é só um reacionário
mero cabeça de prego
um velhaco, oportunista
vai congelar em nosso inverno
Volta à sua pátria armada
de mamatas e flagelos
e conduza sua boiada
a morrer pelo cutelo
Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2022
Um peixe fora d’água
que nada na contramão
Tamanha é sua gula
se entupiu de camarão
Nem mastiga direito, a mula
engole com sofreguidão
e nessa lama ainda tem lula
pra completar a indigestão
Mandrião, nada, nada
para morrer na praia
corrupto em imersão
Terça-feira, 4 de Janeiro de 2022
No seio da miséria
a fome só cresce
Na fila da ceia
a fila da fome só cresce
e quem cresce com fome
cresce como?
Como menino Jesus
com data marcada para morrer
a fome de justiça
aguça a sede de vingança
como nenhuma
se alcança
quem agoniza é a esperança
de barriga vazia
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Quinta-feira, 9 de Dezembro de 2021
No capitalismo selvagem
o bode expiatório do Estado
serviu de desculpa ao touro
que com o rabo entre as pernas
saiu de mansinho, evitando latidos
Quem acabou latindo foi o gado
que cego de febre, não viu
comprou gato por lebre
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Terça-feira, 23 de Novembro de 2021
No centro da fome
e do desemprego
o touro dourado
não puxa arado
Esse fica pro povo
que atordoado
enriquece o toureiro
por um mero trocado
E os emolumentos
enchem a bolsa dos donos
e os sorrisos dos tolos
que do touro de ouro
só lhe sobram os excrementos
A crueldade do Estado
na ilegalidade do ambulante
faz desse desempregado
um criminoso constante
Nesse país de desabrigados
e da meritocracia fajuta
tentar sobreviver é um fardo
todo dia uma nova luta
Aqueles que seriam os obrigados
a tornar nossa vida mais justa
são os verdadeiros bandidos
já passou da hora de dar um “basta!”
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Os touros engordam
as vacas emagrecem
o pasto mal dividido
desiquilibra os dividendos
e quem tange a boiada
nem liga pro contraste
e o desastre vira ensejo:
o touro foi ao varejo
a vaca foi pro brejo
Terça-feira, 16 de Novembro de 2021
Não para a ciência
à máscara e à vacina
o capitão e seu quartel
seguem a mesma sina
agravam a situação
e assim como Pilatos
lavam suas mãos
A consequência de seus atos
mais mortos e sequelados
mais pobres e miseráveis
Pagarão os responsáveis?
Certeza é que lhes reservam a inglória
de ocupar a lata de lixo da história
Aos montes na cidade
cabanas, abrigos, barracos
um campo de refugiados?
Não, é o largo da matriz
Nessa coletividade
toda sorte de azarados
o brasileiro é um exilado
em seu próprio país
Quinta-feira, 4 de Novembro de 2021
Fé demais não cheira bem:
a plebe de joelhos
entre pedidos e apelos
só alivia a culpa do rei
ou se vive melhor agora
cobrando os “homens-da-lei”
ou se chora a agonia:
espírito cheio, barriga vazia
Lá vem o caminhão
acotovelam-se na caçamba
entre a fome e a infecção
a mãe, o filho, o rato, o cão
Quem não pegar essa rabeira
de lixo, dança
de estomago vazio
Melhor é ter uma indigestão
Indigesto mesmo é o capitão
que foi a Roma
aprender com Augustus Nero
como atear fogo numa nação
O país está um ânus
o bolsonaro a bosta pura
você rebola na privada
mas o dejeto não desgruda
O tempo passa e só piora
só fede mais, passou da hora
dessa merda bater na água
pois a água já bateu na bunda
mais um sujeito
sem leito
que à rua se sujeita
e se ajeita
na suja sarjeta
um rejeito que o estado
pegou na ratoeira
isso é o resultado
da sujeira
de um país sem jeito
Quarta-feira, 3 de Novembro de 2021
As crianças que comem no lixo
fazem uma tremenda algazarra
nos olhos um outro brilho
parece até que é divertido
Viram-se latas, sacos, sobras
e os rostos dos transeuntes
Soco no estomago de quem passa
mas à indignação parecem imunes
Triste o país que deixa suas crias
largadas à própria sorte
O governo é afeito aos ricos
azar o seu que nasceu pobre
Manter o pobre miserável
vivendo em eterno sacrifício
para esse governo deplorável
isso são ossos do ofício
Roa a quem roer
Quarta-feira, 6 de Outubro de 2021
O país está no inferno
mas há dinheiro no paraíso
champagne, caviar, ternos
ilhas fiscais, bancos suíços
Ao trabalhador, sempre otário
as taxas, o peso do imposto
a fossa no fundo do poço
o prato com resto de osso
na carne o amargo desgosto
Mil dias de (des)governo
mil dias de avacalhação
Enquanto a vaca vai pro brejo
a boiada vai á manifestação
em prol da desobediência
em prol da corrupção
Enquanto a fome só aumenta
a comitiva arrota leite condensado
e o futuro que se apresenta
é a cópia mal feita do passado
Mil dias de regresso
desordem em progresso
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