Quanto da melancolia
que a nova tecnologia
me traz
jogo fora
em olhares pela janela?
Acho que nem um grama...
A caixa de cartas
vazia
me diz que ninguém passou pela rua
Nem ninguém
rompeu o branco do papel
pensando em mim
Não há recados com vizinhos
Nem corações flechados em árvores
A maçã do amor
estraga na bandeja
Uma cabeça doce que apodrece
e cospe varejeiras
em uma droga de brisa
Em meu bolso
o mudo balbucia:
“tu, tu, tu, tu...”
Quem sabe ele volte a falar...