A Janela não é um objeto
É uma metáfora:
Sempre aponta para o horizonte
Aberta mostra luz
Fechada, a escuridão
A saudade faz
A gente debruçar
Sobre a Janela
A espera do sorriso
Que se foi
Indiscreta
Alimenta o proibido
Dos olhares
Quando vizinhas distraídas
Desfilam pele em rendas
Cômodas pelos cômodos
E a chuva na Janela
Que som tranqüilo produz
Um ritmo angelical
Que sopra sono nas pálpebras
Convida o corpo ao repouso
E ao sonho
Ela também resolve
Problemas de almas empobrecidas:
Comprou, usou, o que sobrou:
Janela!
E lá vai voando um resto
Que para a natureza é indigesto
As Portas se abrem ou se fecham
A Janela não
A Janela mostra!
A Janela te faz ver
O que há do outro lado
Da parede dura e fria
E ver é um privilégio para poucos
Da Janela
Esperamos
Sempre
Que aja nela
Esperança