Tudo começa quando o pano cai e se inicia a peça
E enquanto não me sorriem não demonstro nada além de encenação
Nossos textos manjados e decorados cheios de cacos de tetos recém quebrados
Cortam lento gargantas e tímpanos nesse concorrido jogo fúnebre
Nosso barato sujo acontece na calada dos olhos e em horários sem nobreza
O mofo e a esperança espremida dos outros atores me sufocam
E até o final do Ato I sou somente coração pulsando em trevas
A maior parte da vida é um fingimento e a cada dia sou obrigado a parir e matar uma personagem com minha gilete podre
Que bem devagar também me apodrece
E segue assim o teatro dos mortos...