Já não rio mais...
porque em teu curso correm negras minhas sobras
e em teu leito sereias mudas e perdidas
desencantam famintos estivadores de passagem
que sonham com suas ilhas
Marginais roubaram tuas plumas e deixaram-te
com a pior fantasia
Veia exposta que sangra restos
cadáver decúbito eternamente em decomposição
Tua beira escura e densa produz
um Narciso inverso
que se irrita por saber que os reflexos
que lhe mostra são
as ruínas de seus desejos
Difícil encarar teus olhos verdes-fossa
que tristes me suplicam pureza
Eu
Deus eterno e onipotente núcleo do tempo
a ti ignoro
pois sei que fiz de você minha
imagem e semelhança