O passarinho preso canta
O canto preso na garganta
E preso a sua natureza
O passarinho preso
É a natureza presa
Presa fácil do progresso
Progresso sem regresso
O homem preso a terra
Com saudade de sua natureza
Que esperteza! Prendeu na cela
A pobre ave indefesa
O periquito verde
O canário amarelo
O colibri azul
A calopsita branca
Cores presas à saudade...
A cidade cobre a terra
Erra o homem sobre ela
E celando a ave cantante
Ele tem por um instante
A natureza esquecida
Decantada no lamento
Do passarinho, que por um momento
Alivia seu sofrimento