Sentada à beira-mar, contempla a sereia:
O tempo que passa, o tempo que nos come
O tempo da graça, o tempo passado que some
De amores vividos, alguns doloridos
Felicidades clandestinas em castelos de areia
De tombo em tombo levanta audaz
De cabeça erguida, cada vez mais
Vivendo os momentos que a vida lhe trás
Mostrando ao mundo, admirado aprendiz
Como se faz o tempo feliz
Menina, mãe e sereia, vence a má maré cheia
Cuidando da cria, do lar e da alma
E enche os olhos dos que lhe rodeia
Pela bravura, pela ternura, pela centelha
Que brilha no olhar, no olhar de sereia
De corpo formoso e melodiosa
Delicada mulher de pele fogosa
Santa divina que a vida decanta
Sabe que chorar não adianta
Então canta sereia canta
Giganta, entoa esse canto
Que tanto me encanta...