E moleca danada
Ornada de saia rodada
Trepada na goiabeira
Por baixo não usa nada
Doida, sem eira e nem beira
Me chama: “menino, vem ver o céu
Viaja em sonho comigo
Por esse infinito índigo"
Mar suspenso, que aos olhos embebe
Imensidão! Brilha azul bebê
Daquela nuvem se fez um véu
Do divino amor se fez você
Moleca travessa que canta
Com malícia, audaz canção
Que diz brincar comigo
O cálido jogo da sedução
E moleca atrevida
Mexe, remexe, encanta
Sabe que chorar não adianta
Então grita, ensandecida:
“vamos viver a beleza da vida”
Beleza essa refletida no olhar
No jeito de menina mulher
Dos homens, sabe o que quer
Coitados do que se apaixonar
Porque essa moleca maluca
Me deixa confuso, em fim
Quando penso: “agora é sim!”
Ela vem e diz: “agora não!”
Porque na verdade essa moleca
Só quer é brincar com meu coração...