Numas das minhas tardes de desemprego, em meados do ano de 2008, escrevi, de maneira totalmente despretensiosa, um texto falando sobre fetichismo, hiper-realidade, alienação, reificação, e outros assuntos filosóficos que caminham nessa mesma linha, ao qual intitulei de Ligadas Pelo Desejo (de consumo). Esse foi entregue na faculdade como atividade para a disciplina de filosofia (claro!). Entreguei-o sem esperar nada além da nota necessária para ser aprovado.
Num posterior dia recebi um e-mail da professora dizendo que o texto estava extra-ordinário, e pedindo autorização para lê-lo em sala! Fiquei surpreso com o pedido, pois não via nada de mais em minhas palavras. Agradeci o lisonjeio e autorizei mais do que depressa a leitura.
Fui para a faculdade e quando adentrei a sala simplesmente todos os alunos (uns 60, acho) olharam para mim. Minha visão foi à seguinte: uma mulher linda, de pele clara e cachos dourados, lia, com um sorriso enorme e sincero no delicado rosto, meu texto para sala que, parte prestava atenção, parte ria, parte cagava e anda. Quando a leitura terminou fui meio que ovacionado. A professora mais uma vez elogiou, e disse que eu deveria escrever mais, pois (segundo seu entendimento) eu fazia isso muito bem. Também disse que o texto foi lido em outras salas do curso de comunicação social.
Passado algum tempo recebo outro e-mail dela, pedindo uma cópia do texto e perguntando quando que eu iria fazer um blog. Bem, isso nem me passava pela cabeça, nem sabia como fazê-lo. Resumindo: resolvi fazer um e comecei publicando algumas coisas que já estavam prontas e foram entregues como atividades acadêmicas. Algumas cartas que escrevi por ai também resolvi publicar. Depois que o estoque acabou decidi escrever algo sem ter nenhuma obrigação. Simplesmente sentar e escrever, qualquer coisa. É engraçado, às vezes precisamos de alguém próximo para dizer-nos que somos bons em coisas que não damos tanta importância. O que não era nada antes, hoje é um vício. Agora, depois de escrever contos, poemas, letras de música, crônicas e uma série de outras coisas, publico meu centésimo post em agradecimento a você Profª Tatiana.
Quem sabe um dia eu escreva um livro...
Obrigado pelo incentivo.