André Braga

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Quarta-feira, 22 de Abril de 2009

Vitória - Parte I

Esta é minha primeira tentativa de escrever um texto que tenha por finalidade ser um conto. Este é o começo, vamos ver onde esta estória vai parar.

 

Vitória

 

Flores. Vitória adorava o cheiro, a pele aveludada, das flores. Ficava imaginando o destino que cada uma poderia seguir. Todas as vezes que um bouquet era vendido, sua imaginação fluía junto à viagem, sonhando, fantasiando o destino amoroso que poderiam ter. Vermelhas, alvas, amarelas, rosas, margaridas, girasois, copos de leite... Tudo era colorido mágico, delicado e bálsamo ao seu redor. O último vendido fora um de belo rubro, volumoso, que o rapaz fez questão que, junto ao enorme ramalhete, seguisse um poético e perfumado suave cartão (tanto quanto, ou até mais que as flores). E não era papel desses prontos, desleixados vendidos amontoados em prateleiras, com estampa de bicho, esse era escrito á mão, letra caprichosa, amor grifado, ressaltando o sentimento, emoção descrita em prosa – nossa, esse está apaixonado, ela vai adorar receber-lo, vou caprichar, quero ajuda-los, vê-los enamorados desejosos – pensou Vitória, que, sempre que era possível, lia os cupidos cartões.


Vitória era menina nova. Iniciou a adolescência já trabalhando, na floricultura da família. Saia do matinal colégio e ia direto, de uniforme e tudo, para o prazeroso trabalho. Adorava passar o resto do dia lá. A mãe, viúva, às vezes lhe fazia companhia. O negócio dela era cuidar das contas, deixava os cuidados, os caprichos da loja, para a prestativa filha.


No colégio teve os primeiros contatos com os livros. Romances, ficções, poesias... Vitória adorava as poesias, lia-as, reli-as... Em sua mão caíra o Sobre o Tempo e a Eternidade, do escritor Rubem Alves. Devorou-o. Depois de lê-lo, escreveu em seu caderno um pequenino e majestoso trecho que a encantou - para o meu desejo, o mar é uma gota – essa frase traduzia seu intimo – tenho que escreve-la em algum cartão, e vai ser no próximo vendido – e o que era simples desejo, logo se fez. Escrevia as frases nos cartões, sem ninguém saber, pois se imaginava como as borboletas e as rosas: vendo que as belas e enraizadas flores pouco se tocam, pois a leve brisa quando não sopra, o breve instante toque não acontece, então numa atitude instintiva de complacente amor, num heróico vôo a borboleta vai, boca orvalhada, beijando-as, uma-a-uma, espalhando o fecundo pólen, garantido a multiplicação, perpetuando a futura existência. Vitória nasceu apaixonada. Acredita que amar é a única razão de ser do ser.

 

Parte II - Carta de Vitória à Carlos

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Publicado por AB Poeta às 14:32
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