Tribo: essa dissílaba, de origem latina (tribus: divisão política Romana), serve para designar grupos de povos primitivos, grupos pré-estado, indígenas, ou qualquer outra espécie de formação social que não seja ocidental. Num sentido mais contemporâneo, designa pequenos grupos urbanos que reúnem-se em torno dos mesmos interesses culturais: música, linguagens, vestes, idéias, etc... E dentro desta nossa solidariedade orgânica, várias tribos, dos mais variados estilos, convivem pacificamente... ou pelo menos a maioria. E dentro das tribos urbanas os adeptos reconhecem-se, aceitam-se, mutuamente. E saindo do macro organismo e inserindo-se num micro, esses seres tribais, de alguma forma, reconhecendo-se, descoisificam-se.
Ter um estilo: é o que hoje a maioria das pessoas procuram, em matéria de comportamento. Querem ter uma característica própria, algo que as destaquem em meio à multidão. E ter estilo é muito mais que estar na moda. Estar na moda é querer ser igual à maioria. É seguir uma tendência. E ter estilo não, ter estilo é querer ser diferente.
Ai é que vem a contradição: a maioria procura ter algum tipo de estilo, ter uma característica que a diferencie da massa, e quando ela tem isso, o que ela faz? Freqüenta os lugares, locais, onde todos seguem o mesmo estilo. O extremo desse tipo de comportamento estão nas chamadas tribos (no sentido contemporâneo). O individuo se veste diferente, faz um corte de cabelo diferente, usa roupas diferentes, consegue, ou pelo menos acha que consegue, ter seu estilo e, depois de tudo isso, junta-se aos seus iguais. Reifica-se na multidão e, sentido só, mas com estilo, desreifica-se junto à tribo.
Não adianta, punks, emos, metaleiros, pagodeiros, funkeiros, forroseiros, intelectuais, nerds, patricinhas, mauricinhos, todos querem ser diferentes, mas correm para os iguais para serem aceitos... mas, claro, sem perderem o estilo.
O que quero dizer, afinal, com tudo isso, é que, se você quer realmente ter estilo, não pareça com nada e não lembre ninguém!