Voa do seu paraíso profano
e marca minha pele a ferro
quente boca que me engole
em lava ácida
me leva em tuas asas de fogo
para longe desse inferno diário
e me deita em tua cama
de pregos e luzes
meu anjo pornográfico
Me exibe teu sorriso vermelho carne molhada
dentro dos meus olhos cansados e escravos
entra nesse resto humano que sou
e transforma meu fim em destino
rasga minha pele em ritual sacro
e bebe meu sangue impuro
bacante enlouquecida que dança
envolta do meu corpo dilacerado
não quero o céu nem seus ídolos de
mármore frio
meu anjo pornográfico
me coloca em teus seios
me afaga em teu fogo e carrega
minha alma desse vale vazio no qual vago
me protege
em teus quadris incandescentes
me guarda
em tua indecência angelical