Segundo Walter Benjamin (1892-1940), pensador da escola de Frankfurt, o processo de industrialização da cultura, desencadeado pelo advento da revolução industrial, possibilitou que a arte, antes em poder de meia dúzia de autocratas contempladores do ócio, passasse por um processo de democratização. O que antes era único passou a ser reproduzido em série, possibilitando que diversas pessoas de classes sociais diferentes tivessem acesso as mais diversas formas de arte. Benjamin cita a fotografia como exemplo. Partindo de um único negativo, a foto pode ser diversas vezes reproduzida. Mesmo contestadas, pois mesmo a arte sendo reproduzida, a peça original não perderia sua característica de peça única, suas teorias foram fundamentais para um novo conceito que surgia, o conceito de indústria cultural.
Numa brincadeira entre amigos surgiu um dos conceitos que abalaria a concepção de obra de arte: o Ready Made. O artista plástico Marcel Duchamp (1887-1968) passou a incorporar elementos do dia-a-dia em suas obras, transportando objetos industrializados, não concebidos antes como arte, descontextualizando-os assim, e expondo-os como obras já prontas, sem aplicar sobre esses objetos nenhuma técnica artística. A mais famosa dentre elas é A Fonte, que é simplesmente um urinol branco e esmaltado comprado numa loja de materiais para construção. Correntes artísticas posteriores, como Dadaísmo, foram fortemente influenciadas por esse conceito.
Na metade do século XX, surge nos EUA e Inglaterra um outro movimento que modificaria a forma de se pensar a arte, surge então a Pop Art. Alguns artistas, entre eles Andy Warhol (1928-87), passaram a estudar símbolos e produtos das propagandas, principalmente os produtos americanos, e passaram a utilizá-los como temas de suas obras. Em cores vibrantes e berrantes, imagens de objetos, produtos ou ícones da cultura popular ocidental de massa, eram reproduzidas em tamanhos consideravelmente grandes, transformando o real em hiper-real. Utilizando dessas imagens ultra-pop, a Pop Art aproximou as artes da massa, transformando o que, antes era brega e considerado de mau gosto, em algo refinado.
Em 1987 os irmãos Thomas e John Knoll começaram a desenvolver um dos softwares mais utilizados no mundo para o tratamento e edição de imagens, o Photoshop, que teve sua primeira versão lançada pela Adobe Systems no início da década de 90. Dentre todas as ferramentas que esse aplicativo tem para oferecer, uma que se destaca é a Filter. Com ela é possível aplicar técnicas de pintura sobre qualquer imagem. Afrescos, mosaicos, pinturas a óleo, vitrais, etc., são produzidos sem esforço algum e, melhor ainda, podem ser facilmente mesclados criando assim uma “nova” técnica.
A tecnologia possibilitou uma democratização de algumas técnicas artísticas, e, graças a isso, eu inauguro aqui, incentivado pela minha amiga pretensão, que é quem me faz produzir este, a corrente artística Photo Art Barata.
O nome dessa nova corrente se deu desta maneira: Photo = nome do aplicativo que possibilita a criação desse tipo de arte; Art = palavra da lingua inglesa que significa Arte; Barata = de baixo preço. Com um custo baixíssimo você pode produzir um afresco, imprimi-lo num papel da boa qualidade, emoldura-lo e vende-lo!
Com apenas um clique, as grandes técnicas da arte estão agora a sua disposição.
Assim como eu, seja você também um Photo Artista Barato.
Segue abaixo algumas obras de minha autoria, e que inauguram a primeira galeria (virtual) da Photo Art Barata:
Frequentando-se
Mosaico Du Quem?
Stage The Hell
A mais paulista avenida: construida por migrantes, comandada por imigrantes.
Trash Food Army
O Elixir
Mata Boi
Posto Nº5
AllBlack Nite
Fly By Night
Body Doll
TatooDuBeem
Downloads:
Livro:Walter Benjamin - A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
Obras: