A noite se abria no movimento de suas pernas
grossas pecaminosas infinitas
e o brilho morto das estrelas
emolduravam teu corpo lascivo e jovem
Que saudades que tenho da minha puta
Suas mãos corriam até mergulharem
lábios seios sexo
que me exibia liso e rosa carne
querendo quente pulsando
expulsando todo o frio e a derrota
Que saudades que tenho da minha puta
Suas coxas apertavam e espremiam
o gozo
que sobrava em seus olhos
que me mostrava entre os dedos
que lambia satisfeita
que alimentava o pouco que éramos
Que saudades que tenho da minha puta
Que sonora gemia fêmea
que linda contorcia-se fêmea
que satisfeita ofegava fêmea
e enchia meus escravos ouvidos
com sons úmidos de fêmea
Que saudades que tenho da minha puta
Era um mundo construído
e constituído de vontades animalescas
que faziam meu sangue pele correr
percorrer pelos meus rios e mares
até alagar o deserto e o homem que sou
Que saudades que tenho da minha puta
Mas no ordinário passar dos dias
nosso jogo não teve mais vitórias
monótonos sucumbimos ao banal
e derrotados
desistimos do poder lúdico
que proporcionávamos aos nossos restos
O solitário e sujo tempo venceu
Que saudades que tenho da minha puta
que partiu...