Atenção!
Amarelo fome
O sinal fecha e abrem-se as cortinas
Equilibrado num corpo seco sujo
malabarisa-se
come pouco e cospe fogo
a atração que nunca foi a principal.
O homem bala (de hortelã)
voa por entre o aço industrializado
Todos olham, acompanham e fingem indiferença
carregando no íntimo espanto, medo e pessimismo.
Correndo, na velocidade estridente dos sons
ele volta à posição inicial
alçando mais alto um próximo vôo
Flores espirram água
pedintes rodam as rodas ralas entre as rodas negras
O picadeiro urbano fervilha
enquanto a tristeza do palhaço transita
na orla pavimentada.
Um sinal verdeja
a platéia sem graça segue sagaz
em passo apressado
Acelera a carroça e sopra fumaça na moça insossa que passa
enquanto feroz
a fera faminta fenece no asfalto
frio