Me põe no colo e me nina com canções de morte
Serve-me na boca papinha de corvos etílicos
Seu toque doce falso percorre meus cabelos
Faz meus olhos arderem envenenados
Hálito podre, sorriso indigesto
Tristeza me ama e quer que eu morra em sua poesia
Me consome em seu sexo frio e sem sons
Dorme com as mãos em meu pescoço
Tristeza queima meu peito com seu rosto
Corta minha pele com suas unhas negras
Sopra amarguras em meus ouvidos
Inventa amores que nunca terei
Ri desfigurada de prazer da minha dor
Exibe seus dentes de navalha enferrujada
Tristeza mora em minha alma frágil
E queima coisas que tenho no coração
Para mantê-lo vazio, espaçoso e solitário
Fiel, inseparável e indesejada
Come da minha morte diária
Tristeza não quer me abandonar
Mesmo eu dizendo que não a quero mais