Mais um carnaval vem aí. A grande “festa da carne”, em todos os sentidos, e sentidos, sempre vem embalada com muita “música”... Ou melhor, ritmos brasileiros. E é sempre assim: muito axé music, pagodinho, funk, variações indefinidas dentro dessas definições, e, para salvar a pátria, sambas enredos clássicos e, de maneira bem modesta, as marchinhas de carnaval, que sacodem os corpos surrados de meia dúzia de foliões guerreiros (bebássos) que resistem e insistem em pular manhã a dentro. E, sabe como é, marchinha de carnaval tocou todo mundo canta! É espantoso que músicas que não tocam em canto nenhum estejam na cabeça de todos; é inato, ou melhor, é a “música brasileira inata”.
Pensando nisso, de maneira bem pretensiosa, pois mal escrevo, quanto mais componho, mesmo assim, compus algumas marchinhas (bem modestas) para embalar os foliões dos próximos carnavais... E quem sabe fazer o Arlequim parar de chorar pela Colombina e não ficar pagando mico no meio da multidão.
O bombardeio de Nero a Roma
Letra: André Al
Nero correu correu
Chegou em casa, se cansou
Deitou na sua cama
Um baseado acendeu
E Roma incendiou
e e e e taca fogo Nero que eu quero vê e e
e e e e fogo na bomba Nero que eu quero vê
Corre corre, gritaria
Que tremenda confusão
Na hora da orgia
Pintou o camburão
Semente já na mente
Não deu de vacilão
Como Pôncio Pilatos, lavou as suas mãos
e e e e taca fogo Nero que eu quero vê e e
e e e e fogo na bomba Nero que eu quero vê
A piruca do Pedrinho
Letra: André Al
Pedrinho pegou a pururuca
Pôs por cima da piruca
Pedrinho pegou a pururuca
Pôs por cima da piruca
Pernilongo, pardal, piolho e pulga
Paparam parte da pururuca
Puto com aquilo, que decepção
De cara fechada, sem hesitação
De ante da maloca, sem bico de sinuca
Jogou pra pororoca a pururuca
Pedrinho, mas que desatenção
Com a pururuca voou junto a piruca
Careeeeca... Careeeeca... Careeeeca...
Agora é a hora
Letra: André Al
Quem já morreu, já morreu
Não tá aqui, não vem mais
A tristeza faleceu
Quero alegria e paz
O carnaval já chegou
Vem aqui meu amor
Eu quero abraço e calor
Eu quero é mais, quero é mais
Dá-me um beijo na boca
Desesperança de alegria
Pois eu só tenho o “agora”
Vem-me logo e namora
Esqueça o outro rapaz
Não perca tempo pensando
O carnaval tá passando
A vida logo vai embora
E ai não da mais
Quem já morreu já morreu...
E assim vais, em eternos carnavais...
E quantos “ais” se deram felizes, em eternos carnavais...