André Braga

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Quarta-feira, 20 de Julho de 2022

O eufemismo nosso de cada dia

 

Tribos indígenas já foram “povos” e, assim como favelados, viraram “comunidades”;
O negro é “afrodescendente” (o mestiço nem existe mais);
O trabalhador virou “colaborador”, e o biscateiro, que já foi “profissional liberal”, agora é o “empreendedor”;
O idoso vive a “melhor idade”;
O mendigo agora é uma “pessoa em situação de rua”;
Transformaram o pobre na “nova classe c”;
Gays e lésbicas eram “GLS”, agora diluíram na sigla “LGBTQIA+”;
O miserável, que vive “abaixo da linha da pobreza”, passou a ter “insegurança alimentar”;
Até o cão, o cachorro, passando por “doguinho”, virou “pet”;
Tudo muda…
Mas o que nunca muda é a realidade, que continua sendo uma grande e imensa “matéria fecal”.

 

Publicado por AB Poeta às 02:59
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Sexta-feira, 18 de Novembro de 2011

MundoMundano e o seu novo mundo

 

Está à venda o 2º livro do MundoMundano. Nessa edição foram publicados dois textos meus!

 

Compre-o!

 Clique aqui e saiba como adquiri-lo.

 

Publicado por AB Poeta às 18:55
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Terça-feira, 25 de Outubro de 2011

2º livro do MundoMundano

 

MundoMundano se prepara para lançar seu segundo livro de contos, crônicas, poesias e afins, e eu tenho a honra e felicidade participar dessa segunda edição.

 

Todos estão convidados para a festa de lançamento.

 

 

Publicado por AB Poeta às 12:52
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Domingo, 24 de Outubro de 2010

Amor Estranho Amor

 

(fragmentos de divagações sobre o Amor)

 

O amor é um cão dos diabos, segundo Bukowski. Diria que o amor é um cão Do Diabo: um sorriso amigo, um abano de rabo, um latido que soa “seja bem vindo”, tudo isso ao portão depois de um dia dos diabos. Quem não acreditaria que isso é amor? O amor é isso: algo irracional: só um cãozinho é capaz de amar verdadeiramente. Apanha, é xingado, gritam com ele, colocam-lhe coleira e apesar de tudo ele ainda ama o seu dono. Quando procuramos alguém, procuramos um cão, ou pelo menos o olhar vidrado que o animal tem, sem preconceitos e sem receios. Olha com a língua de fora, baba e pula no colo... procuramos no outro o que ainda há de animal no humano. Mas quando você menos espera, o amor cão te morde, corre e vai mexer em outro lixo, te passa raiva e não há injeção que cure essa doença. O amor é um cão Do Diabo: indomesticável, imprevisível e que abana o rabo enquanto lhe interessa.

 

Dizem que o amor é cego, uns acham que sim, outros que não, mas acho que ele é os dois: quando se ama, nosso olhar se mistura aos desejos, às reações provocadas pelos toques na pele e as projeções de futuro parecem que se concretizam e abre-se um caminho novo que leva a algo sonhado; os olhos da cara se fecham e viram um olhar único, uma espécie de terceira visão com sexto sentido que lhe sopra ao ouvido: isso é amor... ame. E você ama porque não há nada a fazer a não ser amar. Aprendemos que o amor é uma jóia rara que poucos a têm e que temos que procurá-la durante a vida até o dia de encontrá-la e fincarmos nossa bandeira: conquistei! (é mais fácil subir o Everest do que amar). A visão única do amor cega e não enxergamos a sola quando ela se aproxima e nos rodeia de sombra. Só percebemos quando pisados: escutamos um estralo, a espinha dorsal se quebra, vemos nosso interior amarelo-pus exposto, mexemos as antenas a procura de sinais-resposta; vem a pá e nos joga no cesto, fecha-se a tampa, a barata morre, o amor gangrena e se vai com o tempo.

 

O amor é egoísta, e a conjugação do verbo nos diz isso desde o primário: Eu venho antes de Tu, que vem antes de Ele (a primeira pessoa é sempre singular); a segunda é Nós, que vem antes de Vós, ou seja: nos dois vem antes de você. Eles então... coitados, os últimos a conjugarem qualquer dos verbos.

 

Plantar: essa é a grande metáfora do amor: plantar hoje para colher o amanhã. Plantamos a rosa e ela nasce, vem com espinhos que tocamos com cuidado; até que ela murcha e morre. O amor morre, nos avisam isso por essa metáfora. Plantamos grãos num campo vasto e vazio que verdeja até colorir tudo, a colheita é feita e se não nos dá lucro, trocamos de semente: o amor é um agro-negócio!

 

O amor é uma utopia. Crer na utopia é o grande erro necessário de tudo. A utopia é necessária para seguir em frente, mas ela nunca poderá ser alcançada. No dia em que for, morre tudo: sonho, vontade, amanhã, utopia, amor (uma bela alegoria: monte num burrinho e pendure uma cenoura por uma linha em uma varinha, coloque à sua frente e o sentido da vida está pronto!: nasce mais uma utopia, mais uma amanhã, mais um amor).

 

O amor é um Ninho em um estranho, achamos esse estranho que deixa de ser estranho e vira Ninho... acaba o amor... viramos um estranho no ninho. O amor é um estranho que não conhecemos e projetamos esse amor nesse outro: somos um retro-projetor de imagens bonitas procurando um pano branco para torná-las visíveis e darmos movimentos a elas, até que a luz acaba e esvazia o pano novamente, fecham-se as portas e sobram somente as pipocas no chão: o coração metafórico é uma sala de cinema vazia que espera o amor projetar cenas na tela. Nada representa mais o amor do que o cinema.

 

O amor é um gostar ou um não-gostar: não interessa quem é, se você gostar vai amar e ponto. E quando esse amor acabar, vai passar a não-gostar e ponto também. Não existe prós ou contras que se coloque numa balança e evite o final do amor, ele finda e fim. Qualquer tentativa de prolongamento será como maquiar um cadáver: ele ficará lindo, porém frio... morto.

 

O amor é uma invenção pior do que a bomba atômica: existem japoneses que amam os americanos, e existem japoneses que não amam o Japão: vai entender. Entender para quê? E entender o quê? Amor é amor e dane-se, não é utopia e nem mais nada. O amor é algo hoje: só existe o Hoje, o resto é tempo que não vem e que já passou... O instante agora é onde o amor cria vida, e a vida nos cria, nos empurra, entre Amor Estranho Amor, até que a morte nos separe.

 

No fundo no fundo o amor é o grande “dane-se” da vida: nessa vida em que a gente só se dana, ame! E depois diga ao resto: dane-se!

 

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Publicado por AB Poeta às 19:47
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Quinta-feira, 2 de Setembro de 2010

2 anos no ar

 

Nem parece, mas já faz dois anos que o Mundo ID está a deriva nesse mar caótico e (des)informacional que é a internet. A primeira postagem, uma brincadeira totalmente sem pretensão alguma com o nosso ex-vice-presidente Marco Maciel, que acabou indo parar no Desenblogue (mas isso é outra história) seria apenas o começo de algo que me levaria muito mais longe.

 

Este blog começou por incentivo de uma ex-professora de faculdade, que depois de ler um texto que fiz para a aula de filosofia, ficou encantada com a organização das minhas palavras e idéias. Publiquei mais alguns textos acadêmicos, e só depois de um tempo passei a escrever com mais “liberdade”. Algumas crônicas, contos, idéias sem pé nem cabeça... A poesia veio bem depois.

 

Depois de virar vício e paixão, as poesias contidas no blog viraram um livro: Poemas Errados (dias intranqüilos). Nunca em toda minha vida pensei que fosse publicar um livro, ou que teria algum conto ou poema publicado de forma física. Graças ao blog, hoje sou escritor. Além do meu livro, fui publicada em diversas seleções (acho que são dez no total) da Câmara Brasileira de Jovens Escritores e num livro de poemas do Instituto de Filosofia de MT.

 

Escuto muita gente falando que tem textos engavetados, que não tem coragem de mostrá-los a ninguém. Isso é um erro. Sugiro a todos que pensam assim que montem um blog e que publiquem esses textos. Muita gente vai ler e, com toda certeza, os incentivarão a escrever cada vez mais. Coloquei um contador de visitas no meu blog, a pouco mais de três meses, e para minha surpresa ele já passou das 10.000 visitas! Para mim esse número é simplesmente inacreditável! Façam um blog, recomendo!

 

Outra coisa que se diz muito sobre os blogs, e sobre a internet também, é que nela se produz muito conteúdo ruim, sem qualidade. E quando escuto isso eu me pergunto: e que meio de comunicação que não produz coisas ruins? A TV é o maior exemplo deles, ou não? As coisas ruins fazem parte de qualquer coisa. Pior do que ler um blog ruim é ler um livro ruim... Não dêem bola para os comentários negativos sobre a internet, não vale a pena.

 

Dois anos depois de um começo despretensioso, já tenho um livro lançado e vários textos espalhados na rede por ai... Até aonde será que este blog irá me levar?

 

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Publicado por AB Poeta às 15:51
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Sexta-feira, 25 de Junho de 2010

A Poesia

            

            A arte de versar; despertar o sentimento belo... poesia. A definição a ela dada, trancafiada no dicionário, serve só para alimentar os leigos. Vinho envelhecido sem rótulo, ela, traçando paralelos, redefine, mas nunca define nada; nem ela mesma. Rediz o dito, desdiz o redito, edita, mas nunca dita. Dito isso, a poesia mais do que sentimentos, ou a arte de evocá-los, ela é um sentido que se soma aos outros sentidos, e que se manifesta em poucos; um híbrido nascido da percepção e da expressão. Entre Amor e Humor, a poesia é Rumor.

 

            Os Profetas, cartomantes, quiromantes, adivinhos, ou seja lá como forem denominados os que tentam prever o futuro, todos se dizem dotados de um sexto sentido. Invencionismos a parte, na poesia não existe charlatão, ou se é poeta ou não se é. Sem meio termo. O morno, na poesia, vomita-se. E quem afirma o poeta é a poesia, e não o inverso.

 

            Metrificada, rimada, versada, nascida da música, o que gera uma tremenda ironia: um poeta sempre será um músico, mas um músico pode nunca ser um poeta. O músico toca um instrumento e o poeta com a poesia simplesmente toca. Pensando bem, acho que a poesia nasceu antes da música... muito antes até. As pinturas rupestres, que aprendemos a chamar de “desenhos”, talvez sejam poemas, as primeiras epopéias grafadas da história. Quem é que vai saber se eram (são) ou não? Ninguém. A ciência apenas deduz que são desenhos que representam o cotidiano, dedução que não quer dizer nada. Apenas arquivam essas informações no “P” de pictóricos, e p(r)onto. O pior é que nós nunca saberemos se a “poesia rupestre” está em prosa ou verso. É, os “homens das cavernas” são os primeiros poetas da humanidade, e a sua poesia vem sobrevivendo ao tempo.

 

            A poesia marca o tempo em toda a sua dimensão.

 

            O médico e o monstro, é assim a relação do poeta com a palavra. Mumificada pelos acadêmicos, exaltada pelos fanáticos eruditos, subvertida pelo provincianismo, empanada pelas mídias de massa, a palavra sofre suas variações, mas é na mesa de cirurgia do poeta que ela cria vida. Mutilada, recortada, colada, costurada, repensada e reproduzida, a palavra se cria em meio aos choques e se ergue em forma de poesia, e se torna criatura maior do que o seu criador. Fernando Pessoa, um Dr. Frankenstein que produziu vários monstros, misturado com Dr. Jekyll, que não conseguia conter seus arquétipos e se transformava no gigantesco Dr. Hyde, Pessoa foi tão minimizado pelas suas crias que sua existência humana é praticamente nenhuma; Ricardo, Alberto, Álvaro, será que já não esbarramos com eles por ai?

            Nem as almas que suplicam por misericórdia vagam tanto atemporal pelo espaço quando a poesia.

 

            A poesia transcende.

 

            Nos gestos graciosos da dança, em pinceladas (a)simétricas, no equilíbrio da natureza, no marasmo do campo, no caos urbano, na carne, na guerra, a poesia caminha em silêncio pelos seus corredores sinuosos e mostra sua cara ao poeta em lampejos de inspiração, e utiliza-o como um caminho para tomar forma, criar imagem, som, sabor, saber. Sem saber, o poeta é só um instrumento que a poesia usa para se apresentar. A poesia é o mais poderoso arquétipo do inconsciente coletivo. O verbo é o princípio, a poesia um fim, e o poeta um meio.

 

            Quando a sensação de vazio lhe atacar, e a guerra você versus você começar, escreva, pois é só a poesia querendo um dedo prosa.

 

Publicado por AB Poeta às 20:55
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Sexta-feira, 23 de Abril de 2010

Pão com manteiga

 

- Sai da frente, caramba! – apressado, pensou sobre uma senhora que atrapalhava a passagem na escada rolante. Sem paciência alguma, driblou a “vovó” e saiu da estação. Na Praça da Sé deu de cara com um senhor vendendo a sorte:

 

 – Vaca, galo, porco; vaca, galo, porco, olha o bilhete premiado! – o rapaz se aproximou e perguntou.

 

- É, por favor, aonde fica o Poupa Tempo?

 

- É logo ali, só atravessar a rua. – apontou com a mão.

 

- Obrigado. – Saiu com passos rápidos.

 

Chegando, ficou irritado ao ver o número enorme de pessoas no local, e com o excesso de informações sinalizadas nas placas, que mais atrapalhavam do que ajudavam. Foi ao balcão de informações:

 

- É, com licença, bom dia.

 

- Bom dia! O que posso estar fazendo para ajudar o senhor? – disse a moça.

 

- Como faço para renovar minha habilitação, para onde me dirijo aqui?

 

- É muito fácil – disse a garota com um sorriso maravilhoso nos lábios - o senhor segue pelo corredor A, vai ao posto B e retira a senha, preenche o formulário C, pega a guia D e paga no banco E, depois faz o exame médico no posto F, volta para o posto A e aguarda a sua senha ser chamada no painel G referente ao balcão H. É muito rápido e simples.

 

- Ok! Vou lá então. Muito obrigado. - respondeu pensando: puta que pariu, é hoje que não saio daqui. - Foi até o primeiro local indicado.

 

Depois de todo o procedimento feito, sua senha foi chamada, no balcão entregou o comprovante para a atendente:

 

- Hummm... o senhor fez o CFC?

 

- CFC? Não. O que é isso?

 

- É o curso de formação de condutores. Todas as habilitações emitidas de 1999 para trás terão que estar fazendo o CFC.

 

- Caramba... E como faço isso.

 

- O senhor vai até o Detran, no Ibirapuera, e pode fazer lá, depois volta até aqui e retira a habilitação.

 

- Ir até o Detran! Isso vai levar mais de um dia, não tenho todo esse tempo disponível!

 

- Ou então... o senhor pode estar fazendo numa auto-escola, que tem logo ali, do outro lado da rua.

 

- Certo. Obrigado.

 

Saindo do Poupa Tempo viu um cara de chinelo e bermudão falando sobre exames relacionados à carteira de motorista:

 

- Opa grande, aonde é que faço esses exames?

 

- Opa chefia, é logo ali, leva meu cartão aqui ó, é rapidinho lá.

 

- E quanto custa esse “exame”?

 

- Cem conto dotô, é o mais barato aqui da região.

 

- Certo! Obrigado. - foi até o local indicado no cartão.

 

Chegando, estranhou o local, era nitidamente uma garagem adaptada para escritório, feito com algumas divisórias. Haviam três “salas”: na primeira, falou com o proprietário do negócio e acertou o pagamento. A segunda estava vazia. Na terceira fez o teste:

 

- O senhor, por favor, desliga o celular, esvazia os bolsos e coloca tudo sobre esta mesa. Depois sente-se nesta cadeira, com as mãos sobre os joelhos. A câmera estará lhe filmando o tempo todo. – o rapaz ficou assustado com tamanhos cuidados tomados por parte do contratado.

 

Após todo o ritual feito, o contratado respondeu às questões da prova para o contratante e disse – aguarde aqui uns 20mim, eu já volto. O rapaz obedeceu apreensivo, já que estava só, numa sala esquisita e sendo filmado. Pensou tudo quanto era desgraça – vão me pegar aqui, estou ferrado! Vou aparecer no Fantástico, Datena, no Ratinho... – até que o cara voltou:

 

- Pronto! Aqui está seu certificado.

 

- Já! Que bom! Rápido né.

 

- Rapidinho!

 

Correndo voltou para retirar o documento:

 

- Aqui está o certificado – a atendente conferiu, anexou ao resto da papelada e entregou a habilitação.

 

- Obrigado! – respondeu.

 

Ao sair, correndo, para voltar ao trabalho, já no horário da tarde, olhou para o documento e pensou – caramba, deveria ter trocado essa foto.

 

Esse texto foi feito para a oficina Escrevivendo, e teve como tema "corrupção".

 

Publicado por AB Poeta às 02:50
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Terça-feira, 6 de Abril de 2010

Submundo ID

 

O Submundo ID é o nome endereço dos texto que não terminei, ou não gostei, ou achei que faltasse algo... resolvi tirá-los do fundo do HD e colocá-los em outro sub. Quem sabe alguém pode me ajudar a terminar essas manifestações.

 

Confira e opine: Submundo ID

 

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Publicado por AB Poeta às 22:51
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Quarta-feira, 24 de Março de 2010

Crônica de Rubem Alves

 

Este texto foi feito para a oficina Escrevivendo, como exercício de argumentação, baseado na crônica de Rubem Alves “Não vou ver as competições...” que fala sobre as competições olímpicas. A proposta era fazer uma carta para o autor dizendo o que achou do texto (a outra crônica apresentada no curso foi uma do Moacyr Scliar, sobre o mesmo assunto).

 

Segue texto:

 

Bom dia professor Rubem Alves, tudo bem? Espero que esteja.

 

Escrevo para comentar sobre sua crônica, referente às competições olímpicas. Essa tese de que atletas não são longevos achei muito interessante, porém acredito que seu texto a defende de maneira superficial, com argumentações vagas. Por exemplo: com quantos anos morreu a Florence? Eu não sei, e acredito que a maioria de seus leitores também não. Caso ela tenha morrido muito nova, o senhor deveria ter citado a idade, fortaleceria a tese. A comparação com os animais acho que não cabe. Os animais são irracionais, agem por instinto e equilibram-se naturalmente. Já o homem não, não tem função definida, age de acordo com o que acredita ser o melhor para ele, e como cada um acredita num “melhor”... Fica difícil julgar (a luta das nadadoras contra o cronômetro lembrou-me cronistas lutando contra fechamentos de edição).

 

O estresse que o corpo da maratonista suíça sofreu foi realmente chocante, mas será que foi maior do que a sensação gloriosa de cruzar a linha de chegada? No prazer também há dor (os masoquistas que o digam). O topo do pódio é mesmo a celebração do narcisismo, concordo; mas não conheço ser humano algum que não goste de receber elogios, e pódio é o máximo do elogio. Competir é de nossa natureza, todas as civilizações competiram entre si, e as olimpíadas foi uma brilhante invenção, pois se for ver a fundo, ela é a versão pacífica da guerra.

 

Gosto de suas crônicas e espero que escreva outra sobre esse mesmo assunto. Para terminar, também gosto das meninas do vôlei, já a ginástica não é muito minha praia, mas vale ver as meninas. E por falar em menina, Gabrielle Andersen-Scheiss ainda mora na suíça.

 

André Al.

 

Publicado por AB Poeta às 10:03
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Quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2010

Poesia X Realidade

A diferença entre poesia e realidade é que:


A realidade pensa que é verdade!


E a poesia é uma realidade que não se afirma


Confirma-se então que a muleta da realidade é a prepotência!


Ausente na poesia


Verdades poéticas

 


“Ter um livro e não ler”
“O sol nasce mesmo sem a literatura”
“Sou-me”

 


Realidades afirmadas, sem um pingo de verdade!

 


“Horário comercial”
“Primavera, verão, outono, inverno”
“Dois mil e nove D.C.”

 


Que terror:


Arrancaram as árvores e implantaram o urbano;


Apodreceram as pombas;


Catequizaram nativos (crucificaram almas);


Riscaram, desrriscaram, rerriscaram, arriscaram e rerrerriscaram novamente todo o chão;


Só me deixaram cáries de herança;


Meu natural cheiro foi marginalizado;


Andar virou exercício;


Se alimentar para que, se posso comer tudo;


Podre: o real estado do século XXI;


O homem bicho virou um bicho estranho para si

 

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Publicado por AB Poeta às 16:11
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IV Estações

Como tudo hoje anda tão corrido... Não sobra mais tempo para nada. A vida virou uma agenda, e o que não estiver nela anotado vai passar sem ser notado. Até o que está ao nosso lado às vezes passa despercebido. As lembranças foram sintetizadas e rabiscadas em papeizinhos post-it, aqueles amarelinhos com cola que grudamos a nossa volta e depois amassamos e descartamos antes mesmo de seu conteúdo ser registrado em algum lugar de nossa memória. Tudo hoje é passageiro e, pior, descartável. E é incrível como Deus, em seu silêncio e eterna presença se mostra contrário a isso.


Tudo o que é bonito tem um tempo de gestação. Quando notamos maravilhados um campo florido, ignoramos o fato de que um dia aquilo tudo foi uma imensidão vazia, apenas terra. A semente, soterrada em silêncio, nos movimentos das estações anuais, vira broto, cria caule, folha, flor, fruto... Fruto que cai, renova a relva, renasce vivo, perdura o ciclo, encanta. A lagarta vista com asco, rasteja, se fecha em seu casulo, crisálida mutação, desperta borboleta de infinitas cores, voa disforme, pousa no pólen, revoa inata, repousa fecunda. Perpétua e harmônica, assim segue a beleza da natureza, soprada pela una divindade. Assim é também com o amor.


Na correria diária às vezes não enxergamos o que está a um palmo de nossos narizes, quem dirá o que está a alguns quarteirões. Nas voltas da vida, de tantas idas e vindas, uma hora o destino se alinha, direciona, redireciona os passos para o plano que Ele tem para nós. Nós que há tanto moramos perto, a poucos passos de distância um do outro, fomos nos encontrar longe de nossos lares, do cotidiano bairrista. Poderíamos ter nos encontrados na fila do pão, no mercadinho da esquina, distraídos, locando um filme... Mas não, foi mais do que um encontro casual, foi um encontro que nasceu de uma afinidade. Uma afinidade que nasceu de um destino. Destinos que verdejaram se cruzaram na maturidade, no melhor da vida.


Foram quatro anos de amizade. Assim como Deus demonstra com a natureza, conosco não foi diferente. Aos poucos, primeiro plantada, cuidadosamente regada, carinhosamente aquecida pelo sol, devagarzinho nossa semente foi brotando. Nossas mãos, antes distantes, foram unidas pela mão maior, formando um caule fortificado pelo desejo, pelo respeito mutuo, que fez florir nosso amor. Temos muito ainda pela frente e, assim como a natureza, quero rir com você no verão, planejar no outono, te abraçar no inverno, renascer na primavera, passar o passar das estações ao seu lado, plantando e cultivando as boas sementes, espalhar nossos frutos pelo campo, renovar a relva e perpetuar a beleza de nosso amor, que calmo como as flores, nasceu de um ciclo naturalmente divino, de um destino que a pressa não conseguiu separar.

 


Escrito para Marina e Moisés

 

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Publicado por AB Poeta às 12:27
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Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010

Impressões de São Paulo - Liberdade

 

É difícil escolher e falar de um lugar de São Paulo, já que sou paulistano, sempre morei aqui e ando por toda a cidade, ou pelo menos por boa parte dela, desde sempre. Fica então mais fácil começar pelo começo da minha relação com Sampa.


Essa paixão, ou amor, ou dependência, não sei mais qual desses é que sinto, ou se sinto todos ao mesmo tempo... É, acho que é tudo ao mesmo tempo. Aqui tem que ser tudo ao mesmo tempo, senão não vai. Essa relação começou a ficar mais intensa quando entrei para o mercado de trabalho, em 89. Iniciei na vida corporativa como todo garoto da minha época e idade (14) começava, como Office-boy. Foi um ano de muitas mudanças: para mim, que a partir de então teria mais responsabilidades, para o Brasil, que depois de um período de ditadura estava prestes a realizar eleições diretas para presidente, e para o mundo, que assistia a bancarrota de boa parte dos camaradas vermelhos, iniciada com a queda do muro de Berlin.


Bem, mudanças geopolíticas a parte, uma alteração significativa na minha “georotina” era o fato de que eu concluiria o ensino médio num colégio próximo ao centro, mais exatamente na Av. Liberdade. Os amigos da escola de bairro ficariam para o final de semana. Nada mais de, ao término do expediente, correr e pegar o metrô lotado na República, baldear na Sé, ir enlatado até o Carandiru e depois ir pendurado no ônibus até o Jardim Brasil. Tudo isso para, tentar, chegar a tempo de assistir a primeira aula.


A minha rotina alterou-se. Saia do trabalho, um escritório que tratava de imóveis e seguros localizado na 24 de Maio, caminhava tranquilamente por toda extensão da rua sentido Conselheiro Crispiniano, o tempo agora sobrava. Às vezes parava na Galeria do Rock para admirar as capas de discos e estampas de camisetas, que em sua maioria retratava algum rockstar morto por overdose, ou algum outro motivo. As figuras que lá freqüentavam também eram bem curiosas. Punks, metaleiros, góticos e mais uma porção de outras tribos que eu não fazia idéia de como se chamavam ou se denominavam.


Passava pela Praça Ramos de Azevedo que era habitada por figuras quase que circenses: os homens-sanduíche, que divulgavam vagas de emprego, logo a sua frente ficava o mágico que entre tantos números o que melhor executava era tirar luz, feijão e morada de dentro da mínima cartola. Havia também os piratas negociadores de ouro e documentos falsificados... A mais interessante dessas personas era o malabarista: de um lado um aro 20 velho de bicicleta circundado de facas e do outro lado o grande protagonista, vestido com uma calça de capoeirista e sem camisa, exibindo seu físico parcialmente definido (definido mais pela fome do que pela prática de exercícios) e em sua volta a multidão de espectadores curiosos, ansiosos para vê-lo mergulhando através do arco da morte, o que nunca acontecia. Ele ensaiava um salto, recuava, contava uma lorota, ameaçava pular, recuava... E de repente oferecia ao público uma pomadinha milagrosa, feita sei lá do que, que curava de dor de cotovelo a reumatismo. Observando tudo isso, em cada lateral havia um gigante. Na esquerda o erudito e histórico Teatro Municipal, e na direita a impávida e colossal loja de departamentos Mappin, elefante que divertiu muita gente, mas virou zebra e acabou morrendo.


Passado à praça, atravessava a Xavier de Toledo, seguia pelo Viaduto do Chá, onde o show continuava. O homem-bala confesso que não era uma figura querida, era só surrupiar uma bolsa ou carteira para vê-lo voar, e caso precisasse usar o canhão, a experiência tornava-se mais desagradável ainda para o (in)voluntário da platéia. As ciganas, as coloridas cartomantes, com o seu sexto sentido apurado de charlatãs, eram capazes de ler o futuro até nas tampinhas de garrafa, uma maravilha. Os camelôs faziam o papel dos pipoqueiros, vendendo suas bugigangas paraguaias. Os macacos adestrados e de uniforme chegavam todos de carro, estacionavam, desciam e ficavam observando o movimento. Mas é melhor não trata-los como macacos, Virgulino perdeu a cabeça por causa disso. No final do viaduto a visão não era agradável. Pedintes exibindo suas pernas podres passavam o dia ali, com o braço esticado na esperança de um trocado. Era uma ferida sobre a outra: gangrena ou trombose tornando o mendigo enfermo a pior feriada produzida pela sociedade. Havia um que não tinha os olhos, seus braços e dedos eram ossudos, vivia sentado todo torto, era uma figura impactante. Olha-lo era uma mistura de dó, indignação e escárnio. Talvez fosse mais digno que o farrapo se jogasse no vale do diabo, se estatelasse tingindo o chão de sangue e desigualdade. Quem sabe até estrelasse as primeiras páginas do Notícias Populares e alguém sentisse apenas dó dele. Mas ele era tão magrelo que era capaz de nem sangrar muito e não ser percebido. As feridas expostas incomodam e, querendo ou não, nos deixam um pouco frios.


Saia do viaduto, atravessava a Praça do Patriarca, seguia pela Rua Direita e prestava atenção em outras pernas. Na passarela calças pretas apertadas, saias azul-marinho, saltos altos, pernas torneadas, tudo aquilo era um colírio para os meu olhos juvenis. Às vezes parava em alguma loja em que havia uma pilha de fitas K7 em promoção e entre uma fita e outra admirava uma modelo. Na pilha nunca havia algo que prestasse, mas era bom sempre dar uma conferida.


Subia a Quintino Bocaiúva, dava uma olhada nas lojas de instrumentos musicais, chegava no Largo São Francisco e parava no Sebo do Messias. Praticamente eu batia cartão lá, sempre conferindo os vinis. O único lugar onde o cheiro de mofo não atacava minha renite alérgica era no Sebo.


Saia e em fim chegava na Av. Liberdade, me deparando com as últimas personagens da minha jornada. No começo da avenida tem um trecho que apelidei de “paredão das putas”. No final do horário comercial as lojas de Cine & Foto baixavam suas portas, e as meninas iniciavam a profissão. Ficavam enfileiradas ali de 15 a 20 mulheres. A que mais chamava atenção era uma grávida, com o barrigão enorme, na maioria das vezes de vestidinho agarrado de cor azul bebê (Freud explica). Eu passava entre chamadas - psiu, ei gato, ta afim?; oi... vamô lá? - e pensava - mal sabem elas que meu misero salário fica quase todo com a instituição da família Álvares Penteado... o que sobra dá para, no máximo, um hot dog no final do dia.


Chegando ao colégio encontrava os novos amigos, às vezes comia o dito hot dog, às vezes não, às vezes era uma “canoa na chapa”, com catchup e guaraná, às vezes não...


No final da noite era pegar o metrô o ônibus voltar para casa e tentar dormir antes que o dia seguinte chegasse, para acordar pela manhã junto com o galo e me preparar para viver mais um dia de responsabilidades e impressões lúdicas dessa cidade, que apesar dos pesares, ainda muito me encanta.

 

Publicado por AB Poeta às 14:51
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Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2009

Feliz Natal

Que a alva pomba da paz voe da sombra, vinda distante e num mergulho rasante penetre profundo e modifique o mundo de todos vocês nesta virada que virá!

 

 

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Publicado por AB Poeta às 11:20
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Sábado, 12 de Dezembro de 2009

Delírios soturnos

Lá para umas três horas da manhã acordei com uma porção de sensações ruins. Primeiro a minha visão estava meio distorcida, as poucas luzes que permanecem acesas durante o escuro (da noite), como por exemplo, o ponto vermelho que fica aceso ao lado do botão (on/off) da televisão, parecia traçar um risco no ar, conforme eu movimentava a cabeça. Também senti uma sensação de tontura, mas o que mesmo me deixou apavorado foi à impressão de que algo ruim poderia me acontecer. Me senti perdido, transtornado, parecia que algo ia me acontecer, ou que eu faria algo ruim, sei lá, nunca me senti tão sufocado. Incessantemente repetia comigo mesmo “você está bem, você não tem nada”, alternava essas afirmações com a minha oração: “paz, harmonia e equilíbrio, governam minha mente em todas as ocasiões”. Senti uma desinteira, fui ao banheiro e resolvi essa necessidade fisiológica, mas durante o ato meu corpo começou a ficar gelado e trêmulo, fiquei apreensivo, terminei logo e voltei para o quarto, sentido meu corpo ainda frio e tendo as mesmas sensações ruins. Tentei me acalmar, sentei na cama respirando fundo e pensando em minhas pequenas orações. Li as passagens da bíblia sugeridas pelo meu amigo Fabio (Mateus Cap. 11 – 28,29 e 30), o fardo é leve, nossa cabeça é que fazem as coisas ficarem estranhas.

 
Nunca tive uma posição formada sobre Deus, e não acredito nessa formatação que deram-no, mas sempre acreditei que existe algo maior do que tudo isso, algo mais forte e bom, que rege toda essa coisa que chamamos de vida. A atual ordem social nos afastou do bem, nos distanciou de nós mesmos. Hoje tudo gira em torno do material, do acumulo sem fim... e sem nexo também, já que dessa vida nada se leva. Se Deus nos fez sua imagem e semelhança, talvez ler as palavras contidas na bíblia seja uma forma de olharmos para nós, para o bem que há dentro de nós.


Minhas dores são reações psicossomáticas originadas dos meus conflitos internos que se deram durante toda minha existência e que agora estão emergindo do subconsciente e me atrapalhando... ou talvez não (meus ouvidos estão zunindo agora) talvez essas reações sejam um aviso, um alerta (algo assim) de que é preciso seguir um caminho, é preciso ter um “norte”.


O homem é um animal simbólico, precisa dos signos para “sobreviver”. Acho que minhas leituras de filosofia, sociologia, psicologia... me fizeram entender demais como o mundo funciona. Fui aos poucos me desapegando dos símbolos e meu ceticismo, que já era grande, foi ficando maior. Compreender como as “coisas” funcionam é um perigo! Talvez essa seja a grande “maçã”, o verdadeiro fruto proibido, o conhecimento (uns dos passarinhos cantou agora – 04:55hs).


Esse é o grande simbolismo do mito do paraíso, o fruto proibido, o conhecimento é realmente um perigo, tem que saber lhe dar com ele. Adão e Eva após comerem o fruto, viram que estavam nus e sentiram vergonha (o passarinho cantou mais uma vez, só que agora foi mais longo – 05hs). O conhecimento nos mostra o quanto estamos nus.


Tentei chorar para aliviar a dor e as sensações ruins, mas não consegui derramar uma lágrima... Escrever ajudou a aliviar. Quero dormir, mas ainda tenho receio, não quero que essas sensações ruins voltem. Sei que elas talvez não voltem, mas essa sensação é totalmente nova para mim, e é horrível, a ponto de me deixar com medo de deitar.


O dia está nascendo (meu irmão chegou, que bom!). Kafka disse que a hora mais perigosa do dia é a hora de acordar, mas discordo dele, acho que a pior hora do dia é a hora de deitar-se, porque você nunca sabe o que pode te assombrar durante a noite.

 

OBS: Esse texto foi escrito sobre o efeito dos remédios Cloridato de Paroxetina 20mg e Apraz 0,5mg - prescritos pelo médico.

 

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Publicado por AB Poeta às 17:35
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Terça-feira, 1 de Dezembro de 2009

Se eu acredito no Brasil?

"Não sei se acredito... Um povo que não se preocupa em educar-se, não se preocupa com política, vive vendo televisão e discutindo futebol, temos um governo que em sua maioria legisla em causa própria e vive encobrindo escândalos e trocando favores... O País do jeitinho... Do carnaval... Acreditar nisso? Não sei... Prefiro não desacreditar que um dia isso possa mudar. "

 

André Al. Braga, vendedor, São Paulo (SP)

 

Publicado na revista Brasileiros - Nº 28 Nov/2009

 

E você, acreita no Brasil? Clique aqui e dê sua opinião.

 

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Publicado por AB Poeta às 13:41
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Terça-feira, 10 de Novembro de 2009

O (des)Caso Uniban(do)

 

O corpo discente não achando decente
Para o ambiente o vestido ardente
Da adolescente atraente
Agiu bruscamente e brutalmente
Deixando a situação inconveniente
Incontrolável, caos aparente.
Antes que alguém a violente
Solicitaram a polícia: “por favor se apresente”
A diligência chegou rapidamente
Levando-a dali velozmente
“vamos sair, antes que alguém lhe arrebente.”


O corpo docente analisando o incidente
Achou melhor ser condescendente
Com a massa acrania e valente
Expulsando a menina apressadamente
Dizendo: “se vestes vulgarmente,
A culpa agora, você que agüente”


A Sra. imprensa, que não discute candidamente
E trata um assunto importante vãmente
Também tem culpa no ocorrente
Difundindo a notícia inadequadamente.


Nós da Universidade, apesar do antecedente
Somos um exemplo, falando moralmente
De instituição, e orgulhosamente
Tomamos a decisão, cuidadosamente
De expulsa-la, por se trajar visivelmente
Fora dos padrões, e estamos crentes
Que foi justa e tomada sabiamente
Porque buscamos um ensino, religiosamente
Correto, e agimos disciplinadamente
E temos que ser sempre complacentes

Pois quem tem que educar tanta gente
Sabe que a razão sempre será do cliente.

 

 

Publicado por AB Poeta às 11:16
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Terça-feira, 13 de Outubro de 2009

Museu da Pessoa

 

O Museu da Pessoa foi fundado em 1991 com o intuito de construir uma rede internacional de histórias de vida capaz de contribuir para a mudança social. Esse museu é virtual e você também pode participar contando uma história de vida sua.


Algumas minhas foram publicadas, clique aqui e lei-as.

 

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Publicado por AB Poeta às 16:20
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Sábado, 10 de Outubro de 2009

Estado crítico

Minhas dores... Ah, minhas dores. O que elas não me fazem passar. Fui novamente ao hospital público para mais uma vez tentar fazer minhas repentinas e aceleradas palpitações cardíacas decorrentes do stress (o mal do homem pós-moderno) diminuírem. Fui atendido até que rápido (e com direito a eletrocardiograma), fiquei aproximadamente 1h, o que para os padrões públicos e Standard de atendimento é pouco tempo.


Enquanto aguardava minha vez de ser atendido, uma pergunta me veio à cabeça: quem é que manda na saúde pública brasileira? Será que é o ministro da saúde? O governador? O prefeito, ou a sub-prefeitura? Senadores, deputados, vereadores...? O presidente? A população? Quem será, ou quem são esses indivíduos responsáveis pelo funcionamento do sistema de saúde? Nessa minha paciente espera pelo atendimento descobri quem é que manda, quem é que da as ordens, quem são os bam-bam-bans, os reis da cocada preta, responsáveis por esses órgãos: são os diretores dos hospitais, dos postos de saúde ou de qualquer outro tipo de repartição pública desse mesmo gênero (ou de qualquer outro também). Bem, você deve estar se perguntando: como esse cara chegou a essa conclusão? Vamos a ela, a explicação:


Sentado esperando no confortável banco de madeira, em meio aos outros sem convênio médico que pacientemente também esperavam sua vez, uma placa fixada numa das portas dentro do ambulatório me chamou a atenção, nela estava (ou está ainda) escrito – ATENÇÃO SR. USUÁRIO, NÃO FORNECEMOS ATESTADO MÉDICO, FAVOR NÃO INSISTIR, ATENCIOSAMENTE, A CHEFIA DO PRONTO SOCORRO ADULTO. De primeiro momento não dei muita bola, mas como nosso cérebro nunca para de processar as informações adquiridas, comecei a desconfiar que havia algo de errado naqueles dizeres. Segundo ela, a placa, o hospital não fornece atestado médico, e imagino que essa atitude foi tomada pelo número excessivo de pessoas que pedem o mesmo, o que não quer dizer nada também, já que é notório que todas as repartições de saúde públicas são lotadas, então todos os serviços solicitados nelas sofrerão uma demanda muito grande. Fotografei a placa utilizando meu ultra-moderno celular, sai de lá e segui a caminho de casa. Chegando fui direto perguntar ao oráculo do século XXI, o Google, sobre o fornecimento de atestado médico e averigüei o que já desconfiava: o hospital estava (ou ainda está) infringindo a lei. Segundo a resolução nº 1.658/2002 do CFM (Conselho Federal de Medicina),
“o atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu fornecimento direito inalienável do paciente, não podendo importar em qualquer majoração de honorários.”


Fiquei me perguntando: para que são feitas as leis, já que cada um faz o que quer? Se você for analisar quem é que manda no Brasil, vai ver que são os chefes das repartições públicas, porque são eles quem fazem à máquina estatal “funcionar”. Hospitais, escolas e as demais repartições estão todas a mercê de seus diretores. As leis que as regem parecem que nem existem, que não tem utilidade.


O CFM se reuni e define que o fornecimento do atestado médico é obrigatório, é um direito do paciente, mas o chefe do departamento do pronto socorro, que é quem faz o serviço “andar”, acha que não, tem muita gente “pedindo” a toa, então não vamos mais fornece-lo. Isso é no mínimo absurdo. Se eles acham que tem muita gente “pedindo” sem ter nenhum tipo de enfermidade, que estão solicitando o atestado só para conseguir matar um dia de trabalho, que atestem somente as horas em que o indivíduo esteve no local, agora fazer uma placa dizendo que não vão mais fornecer a ninguém, e ainda pedem para não insistir! Ai é brincadeira! O pior não é só a direção do hospital tomar essa atitude, é também a omissão da classe médica que se auto-infringe. Será que não teve um médico que indignado com essa decisão pôs-se contra a direção? Eu não estava lá para saber se teve ou não, mas pelo jeito... A placa estava lá (ou ainda está).

 

O que será que leva alguém a querer ser médico hoje? Amor à profissão ou glamour? Aquele médico que tem como princípios salvar vidas, acho que está ficando raro. Se é que ele existiu um dia. O que a maioria quer mesmo é o glamour, o status que a prática médica tem em nossa sociedade pós-moderna. Eles devem ter achado foi é bom, esse lance de não dar mais atestado. Eles vivem reclamando que ganham pouco. Se estão descontentes com o ordenado, então caiam fora! O médico que trabalha com má vontade prejudica muita gente.


Fora que não consigo entender como alguém que estuda tanto para ser médico pode ter uma letra tão, mais tão horrível. Deveria ser exigido do médico que ele escrevesse de forma legível. Geralmente ficamos sabendo qual remédio foi receitado somente na hora da compra, porque o farmacêutico é o único que consegue decifrar os garranchos. Deve ter um ou outro por ai que se preocupa em escrever de maneira legível, mas se for ver pela maioria...


Pensando bem, acho que o pior mesmo é saber que a população que paga imposto e usa o serviço público nem faz idéia de que aquela placa é um sinal, ou mais um sinal, do desrespeito com que os órgãos públicos tratam seus usuários. Se a população soubesse dos seus direitos, de que nós é que somos os “patrões” do estado, placas como essa não durariam muito.


A saúde brasileira segue entubada na UTI, seu estado é crítico e os médicos responsáveis pela sua recuperação estão mais preocupados em receberem o soldo e em exibirem seus diplomas, pendurados nas paredes de seus frios consultórios. Os populares que precisam desses serviços seguem ajoelhados, rezando para que tudo melhore em suas vidas. A fé ajuda, é fundamental em nossa existência, mas as coisas só vão mudar de verdade quando substituirmos as bíblias, livros de auto-ajuda ou qualquer outra coisa do tipo, pela constituição da república federativa do Brasil, que é o livro que rege nossa coletividade.
Minhas dores... Ah, minhas dores.

 

Hosp. São Luiz Gonzaga - SP/Capital - 25/09/09

 

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Publicado por AB Poeta às 21:33
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Sábado, 18 de Julho de 2009

O show não pode parar!

I

 

Dia 25 de junho deste ano Michel Jackson faleceu aos 50 anos da idade, decorrente de uma parada cardíaca. Considerado o rei da música pop em todo o mundo, a notícia de sua morte tomou conta de todos os meios e veículos de comunicação. Prestes a realizar uma maratona de 50 shows pela Inglaterra, e já ensaiando as coreografias dessas apresentações, a morte do ídolo pegou todos de surpresa. As vendas de seus álbuns dispararam no reino unido, deixando 14 de seus trabalhos entre a lista dos 20 mais vendidos. As visualizações de seus vídeos no YOUTUBE bateram recordes. Michael Jackson se foi, mas deixou vivo o mito pop.

 

II

 

Michael Jackson sempre foi envolvido com causas beneficentes. Em janeiro de 1985 ele, junto com o cantor americano e amigo Lionel Richie, escreveram a canção We are the world, que foi gravada por uma reunião de artistas que ficou conhecida como Band Aid. Esse single arrecadou cerca de 55 milhões de dólares para o fundo USA for África, ajudando milhares de famílias no continente africano. A campanha desencadeou vários outras, nesse mesmo formato, pelo mundo todo. No Brasil, uma dessas campanhas ficou conhecida como Nordeste Já.


No Parque São José, bairro pobre de Fortaleza (CE), inspirado no ídolo pop, o cearense Gleidson Rodrigues, conhecido na região como Michael Jackson Cover, formou o grupo de dança Dangerous, que reuni jovens entre 12 e 22 anos. Dentro de um minúsculo apartamento eles ensaiam as coreografias dos vídeos de Michael. O que chama a atenção na liderança de Gleidson é a exigência que ele faz aos jovens, para que possam continuar participando desse grupo: freqüentar e tirar boas notas na escola; e deixa bem claro que o grupo não garante futuro a ninguém. Mais do que passos ensaiados, Glaidson mostra a esses jovens a importância que é educar-se, e ajuda o país a formar cidadãos. Michael Jackson influenciou pessoas não só com a música, mas também com suas atitudes filantrópicas; e Gladison, com a música e a dança de Jackson, ajuda o Brasil a dar passos na direção correta.

 

III

 

Dizem que é melhor ouvir “certas coisas” (merda) do que ser surdo. Mas ficar calado diante de certas “coisas” ditas, não dá. O congressista americano Peter King (rei só de sobrenome) fez um comentário, no mínimo infeliz, sobre a cobertura da morte de Michael. Disse que não entende o “por que” de tanta glorificação, já que, segundo sua opinião, o falecido era um “pervertido... molestador de crianças” – “ele tinha algum talento, era um bom cantor e fez algumas danças, mas você deixaria seu filho ou seu neto com ele?” – palavras de Peter King.


Bem, vamos a uma rápida história: A MTV (Music Television) foi pela primeira vez ao ar em 01 de agosto de 1981, e logo a emissora virou uma febre entre os adolescentes estadunidenses, o que viria revolucionar a indústria musical. Em 1983 um fato inédito aconteceria. Depois do lançamento do álbum Thriller, o videoclipe do single “Billie Jean” estourou na audiência da emissora, fazendo de Michael Jackson o primeiro artista negro a aparecer na MTV. O álbum além de firmar Michael como ícone pop, difundiu mais ainda a cultura negra no segregado país norte americano. Vinte e cinco anos depois dessa barreira cultural rompida, os americanos quebrariam uma barreira maior ainda, elegendo o primeiro presidente negro da maior potência econômica do mundo, Barack Obama.


O que Michael Jackson fez com seu moonwalker, Peter King não fez, e nunca fará, com seu cargo congressista. As palavras do político não passaram de um infeliz comentário de tom racista.

 

IV

 

Ver os vídeos dos Jackson Five, com Michael ainda criança, é uma satisfação plena aos olhos e ouvidos. Numa atitude contemplativa, eles fixam atenção sobre a alegria transmitida pelo menino, vendo-o cantar com tanta emoção e dançar com tanta energia.


É mais que notório que o Jackson pai obrigava os filhos a treinar exaustivamente, e a cada erro que acontecia, a surra já era algo esperado. Michael sempre falou que seu pai nunca deixava-o brincar com outras crianças... Talvez o sensível menino Michael tenha encontrado na arte (sua arte) uma forma de botar para fora toda a angústia contida dentro de seu ser. Ser que ao crescer não quis ser o que todos geralmente se tornam: adulto. Recusou-se.


Desfigurado pela paranóia, neuroticamente procurando reconhecer-se no espelho, mas nunca conseguindo, Michael se cortou e recortou fazendo dezenas de cirurgias plásticas. Em Neverland, o Michael de corpo adulto encontrava seu arquétipo dominante e, junto com outras crianças, fazia algazarras faraônicas, homéricas brincadeiras, tomou dionisíacos porres com coca-cola, transformava suas reprimidas vontades da sofrida e pobre não-infância em realidade, lá na terra do nunca, onde o patriarcal opressor “não” não existia. A mudança de tom da sua pele foi algo simplesmente fantástico! Ele foi o único ser humano na face, e na história, do planeta Terra que mudou de cor! Triste. Não obteve resultado algum. Agrediu o corpo, agrediu a raça, agrediu-se... Para nada. Continuou sendo o que não queria, e longe de ser o que desejava. Sua morte foi pré-matura, mas não por ter morrido aos 50 anos, e sim por que Michael já nasceu morto. Michael nunca foi criança... Nunca foi adulto... Nunca foi Michael Joseph Jackson. Michael sempre foi mito, sempre foi Michael Jackson!

 

V

 

Com o estádio lotado, e escoltado pelos irmãos, o caixão de bronze e ouro, ornado de flores entrou silenciando a todos. A tampa lacrada deixava uma dúvida no ar: será que o corpo está lá dentro? Essa certa dúvida logo se desfez quando a cerimônia começou, pois, mesmo o amortalhado corpo selado em urna fúnebre, Michael nunca foi corpo. Sempre foi alma. Seria impossível cantar daquele jeito, aos oito anos, sendo um corpo. Michael mito estava em todos os lugares, não caberia nunca dentro dum caixão.


VI

 

Através da TV o mundo atentava com lacrimosos olhares ao rito:
Como numa cerimônia nordestina, os pares formaram-se alvoroçados, o sanfoneiro entrou no palco, abriu a garrafa de caninha “da braba” com a boca, cuspiu a rolha, encheu o copo americano e, em homenagem ao defunto, virou sem engasgo. Bateu no púlpito, limpou os lábios na manga da camisa e disse:

 

- O show não pode parar!

 

E a sanfona comeu solto a noite toda.

 

 

Pra ver: 

IN MEMORIAN

 

Download - álbuns pra ouvir:

Jackson Five (melhores)

Off The Wall

Thriller

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Publicado por AB Poeta às 05:21
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Quarta-feira, 15 de Julho de 2009

Frio

Num salto olímpico levantei da cama, por volta das quatro da manhã. Acendi a luz, com pouco fôlego: coração disparado, corpo formigando, tremedeira, tom amarelado, boca seca... A sufocante sensação era horrível. Acordei o mais próximo, pedindo ajuda. Todos na casa acordaram. Rápido, levaram-me ao hospital. Levei comigo uma garrafinha d’água, para manter a garganta úmida. Fui quieto, suportando a pressão no peito. Chegamos pouco mais das cinco. Só havia eu de paciente (então não havia fila, nem público). O segurança orientou-me para que fizesse a ficha de atendimento. Acordei o funcionário do guichê, passei meu RG e outros dados. Fui até o Pronto Socorro, sentei-me num banco de madeira morta, esperei. Naquela madrugada fazia muito frio, fiquei encolhido bebericando minha água. Segurava a garrafa como se fosse à mão de alguém que me ajudava, que mantinha-me vivo. Não havia ninguém pronto em socorro para atender-me. O médico de plantão estava cuidando dum que chegou todo estropiado no carro do resgate. Pobre infeliz. Teve a “beira da morte” como vantagem.


O corredor em que eu aguardava estava limpissimo, um brinco. As paredes pintadas recentemente davam um ar de “novo” ao local. O silêncio, quase absoluto, foi quebrado pelos gritos duma senhora que chegou urrando de dor. Acomodaram-na perto de mim, mas ela não parava em nenhuma posição, só contorcia-se e chorava. Os gemidos dela entraram ríspidos pelos meus ouvidos, misturaram-se a minha agonia, e passaram a ser meus também. Compartilhávamos o sofrimento, pois no local não havia uma alma penada que escutasse nossas suplicas. Os poucos funcionários ali de plantão, passavam indiferentes ao que acontecia. De repente senti tudo frio: o glacial tempo, a luz refletida no fleumático brilhoso chão, colaboradores insípidos... O arrefecido Eu calou-se. Para cuidar da calorosa condição humana é preciso ser uma pessoa fria... Ser gélido. Não há espaço para a compaixão, ninguém recebe soldo para ser complacente. Bondade não é ofício. O descaso impera no templo do auxílio público. O estado é crítico; a massa é surrada; e a alma do servidor é de pedra. A senhora ao meu lado parece que ouviu meus pensamentos, e acabou vomitando de indignação. Expeliu queixume. Um balde velho, utilizado como cesto de lixo, amparou-a, servindo-lhe como amigo.


Nunca me senti tão só. Se eu fosse um saco de coisa qualquer jogado no chão, alguém viria me apanhar e colocar-me no lugar certo. Mas sou gente, e o frio me tornava invisível. Meu coração apertou mais, e num ato solitário de auto-socorro, derramei uma lágrima. Ela escorreu quente no meu tremulo rosto, até tocar em meus lábios. O sal quebrou a insipidez incomoda daquele começo de dia. Não quis mais estar ali, levantei-me e segui em direção a saída. Quando passei pela porta, o segurança olhou-me e perguntou se eu não iria aguardar mais um pouco; respondi-lhe que se só há defuntos no velório então não há velório. Segui em frente, voltei para casa. Queira descansar em paz, num lugar onde o frio fosse apenas uma sensação térmica.

 

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Publicado por AB Poeta às 05:56
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