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Claro que tive medo
de ir por onde não sabia
mas a coragem que sua mão guia
me dava, me enchia de ousadia
Não, não era o santo, nem deus
ou qualquer outra mitologia
era a juventude que eu tinha
ao meu lado, me dava vontade
coragem, inconsequência, alegria
de correr sem saber aonde iria
e se em algum lugar chegaria
Até que um dia ela soltou da minha
mão, e os pés no chão passaram
a ser a principal companhia
das coisas que unem um casal
o amor é o seu maior abrigo
nem sempre ele será carnal
mas sempre será amigo
Sexta-feira é dia de beber
algo que deixou de ser pecado
O consumo já não o faz desmerecer
temos até monja ao nosso lado
Dizem que devo ser moderado
o que soa diferente da propaganda
mas a embaixadora nos faz criança
deixe-me beber e não encha o sacro
esse lugar imaginário
chamado coração
que bate, às vezes erra
pula pela garganta
ou desce até o porão
entre o amor e o ódio
alguma dor carrega
pulsa no peito
desanda, emperra
conserta
e segue batendo
com maestria
por mais uma breve
alegria
Tempos frios
apático clima
me sobra saudades
me falta poesia
Não há tristeza que não acabe
Não há amor que não a depure
A mão estendida sempre amiga
tem a dose certa do que a cure
Cadastre-se na Rede
e acesse o mundo
a imensidão
O nome do pai
do filho
o nome do cão
Datas de nascimentos
letras e elementos
que servem à ocasião
Fique socialmente conectado
Atado a tantos amigos
que nunca se verão
E guarde a senha
a sete chaves
das portas e das janelas
que apontam à solidão
cacos de vidro ao vento
sussurro que fere o ouvido
parte daquilo que foi dito
espero que apague no tempo
os seres humanos amam mais
os cachorros
do que os humanos
porque como humanos
desejam ser amados assim como
os cachorros são
o mundo cão não é nada fácil
vem
vem ser
comigo
vem comigo
vencer
como amor
ou amigo
afiada como faca
a piada na ponta
da língua
mais um inimigo se confirma
perco o amigo
mas não perco a rima