Eu, sem teto
sem terra para plantação
com foice, marmelo e verso
invadi seu coração
totalmente abandonado
Nele fiz aceiro, fiz cercado
Arei terra , ergui barraco
Plantei semente, contente
e colhi um bocado
de coisas boas
Improdutivo, antes, em luto
agora ele pulsa, dá fruto
E meu alicerce cravado
na carne, legaliza minha condição
de invasor a namorado
Sem ter quem peça reintegração
de posse, desse loteado
criemos nossas crias, que brotam
e crescem livres, abençoados
Que aproveitem nosso legado